SEM PIADA NAS TRAGÉDIAS

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Quem gosta de vaga é quem faz vestibular… Lá se vão oito anos desde essa tuitada do ex-presidente Alexandre Kalil. Só um velho rabugento não daria boas gargalhadas dessa “mitada” do turco. O tempo passou e eu sofri calado, me tornei o velho rabugento que não dá mais gargalhadas quando a brincadeira é tropeço do Atlético. Fizemos uma péssima temporada em 2010 e celebramos o fracasso com “kkkkkkkk’s” no Twitter.

Em 2017, na última rodada, 4 a 3 nos juniores do Grêmio, apertado, aos 43 do segundo tempo, o que levou o ex-presidente Daniel Nepomuceno a dizer que aquela era a cara do Galo. Saí do estádio repetindo, “é assim que é bom, sufridu, tem que ser sufridu!”. Não, não tem que ser sufridu! Com oito times brasileiros indo para a Libertadores, você não pode depender de gol aos quarenta e tantos minutos do segundo tempo e ainda acompanhar outros jogos com a calculadora na mão.

Graças a Deus, me tornei um velho rabugento para reclamar de tudo em 2018. Reclamei das péssimas contratações, do diretor e seu trabalho ridículo, do presidente dando carta branca ao diretor, de não termos levado jogos para o gigante Mineirão, de ver imagem de paint no site da Loja do Galo, de eliminações ridículas. Na apresentação do diretor Marques Batista de Abreu, Sérgio Sette Câmara disse que as cobranças estavam em um tom maior do que em anos anteriores. A intenção é essa, Sette! Agora sim, nós cobramos um trabalho à altura do Atlético. Chega de piadas nas tragédias, não dá para revivermos nossos piores anos e ouvir dos atleticanos do futuro “vocês não fizeram nada para impedir aquela série de eliminações e farra de contratos?”. Sempre nos disseram que a torcida é dona do clube, então vamos tomar nosso lugar na hierarquia, cobrar de quem deu a canetada para virarmos esse grande galpão de atletas encostados ou pouco utilizados.

A Sul-Americana não é a série B da Libertadores, é uma competição que seu time não teve competência para chegar na segunda fase e que você esteve a um passo de disputa-la novamente em 2019, não fosse o bonde do Lisca Doido. Contra o Botafogo, na última rodada, o apito final da partida será o apito inicial de cobranças ainda maiores. Experiente no serviço militar, Sette conhece bem aquela frase do Capitão Nascimento – “Não está aguentando? Pede pra sair!”.

Não confunda amor pelo escudo com paciência a todo custo. O tempo nos mostrou que dirigente não deve ser idolatrado e que, independente do currículo, atleta não pode ser poupado de críticas por medo de perdê-los. Vestiu a camisa do Atlético, aparece na lista de funcionários, sentou na cadeira de presidente, que apresente resultados com a qualidade que esse clube e sua torcida merecem.

Quem comemora vaga é quem não conseguiu comemorar título. A frase é essa, sem “kkkkkk”.

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