FOTO: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO
‘Continuidade’ é a palavra mais ouvida ao debatermos sobre o cenário trágico que se tornou a Cidade do Galo nos últimos anos. Dizem que falta ‘continuidade’ no Atlético e por isso pagamos o preço em seguidas decepções. Eu discordo! O que mais se destaca no clube é a continuidade e, infelizmente, continuidade de péssimas decisões.
Daniel Nepomuceno colecionou diretores tapa-buraco e apostou em treinadores descartáveis. Sette abriu as portas do clube para o primeiro que apresentou meia dúzia de slides, talvez apostando mais no fato de se tratar de um ex-jogador, xará do mascote. Entregou um dos cargos mais importantes a quem ergueu a mão pedindo emprego e a farra dos contratos em 2018 saiu caro. Logo no ano do discurso de austeridade. Quer continuidade maior do que essa? Dois presidentes que erram no primeiro passo, escolher o nome de confiança para ser o braço direito.
Ao ser questionado sobre o trabalho à frente do Atlético, Nepomuceno garante que o resultado foi positivo. O sucessor, Sérgio, associa protestos a manobras da oposição e trata como exageradas as críticas na imprensa. A cegueira e falta de autocrítica também viveu de forma intensa o significado da palavra ‘continuidade’.
Derrota no Mineiro 2018, eliminados pela Chapecoense na Copa do Brasil, eliminados na primeira fase da Sul-Americana, mendigar a última vaga para a pré-Libertadores no Brasileiro e se aproximar de uma eliminação na fase de grupos da Libertadores 2019. Não preciso citar a qualidade dos reforços desde que assumiu o cargo, nem os funcionários escolhidos ou os contratos distribuídos no elenco. Basta citar metade dos feitos de Sérgio Sette Câmara para lhe premiar com o apelido de O COLECIONADOR. Colecionador de micos em um clube que se atrofia e caminha a passos largos para nos fazer reviver os maiores pesadelos já vividos por aqui.
Terá que abraçar com carinho a vaga na Sul-Americana, aquela tão esnobada por ele. Dê graças a Deus, Sérgio, Sul-Americana é mais do que você merece ou muito acima do que você plantou. Investiremos menos, receberemos menos premiações, o que nos fará gastar ainda menos na próxima temporada e assim vamos regredindo até voltarmos a jogar cascas de mexirica em campo para brincar com nossos atacantes.
Seria ótimo continuar culpando o lateral e aliviando para quem foi tão frouxo ao não conseguir um substituto para o atleta. Uma, duas, três janelas de transferências e nada. NADA! Palavra excelente para definir o seu mandato – UM NADA.
Errado é quem não te abraça na rua para agradecer por tudo que você fez pelo nosso Galo. Afinal, você achou a fórmula mágica da continuidade. Obrigado, COLECIONADOR!