FOTO: REPRODUÇÃO TWITTER DO ATLÉTICO
O futebol parou em todo o planeta. Sem a previsão de retorno dos campeonatos, interrompidos pela pandemia de coronavírus, torcedores têm buscado diferentes alternativas para o período de permanência em casa. Atores, políticos, músicos e boleiros têm feito constantes transmissões ao vivo através das redes sociais e Youtube como forma de entreter o público na quarentena. No Galo, nesta segunda-feira, o clube começou uma série de lives com dirigentes e funcionários falando sobre os dias em casa e respondendo a perguntas enviadas por torcedores.
O presidente Sérgio Sette Câmara e o vice-presidente Lásaro Cândido da Cunha foram os primeiros convidados. Destacando sempre a saudade da rotina entre a sede administrativa e a Cidade do Galo, a dupla comentou também sobre o impacto causado no futebol após a paralisação sem previsão de retorno e analisou como fica a situação do Atlético. Confira alguns dos assuntos debatidos na transmissão.
CONTRATAÇÕES
Logo nos primeiros minutos da transmissão, Sette Câmara descartou a contratação de reforços até que a bola volte a rolar. Ao responder sobre as finanças do esporte, Sérgio comentou a respeito da ausência das tradicionais fontes de renda do clube, como bilheteria, venda de camisa, crescimento estagnado no número de sócios e negociação de atletas, pois ninguém vai ao mercado no momento, inclusive o Atlético.
“Sobre contratações, nesse momento, nós paralisamos essa possibilidade de contratação porque se eu contrato um jogador agora, a única coisa que nós vamos fazer é engordar a nossa folha de pagamento. Não tem sentido eu contratar um jogador agora fazendo um desembolso elevado para trazer esse atleta para cá e ainda colocar na folha de pagamento sem que haja a contraprestação, os jogos. Você não tem um retorno técnico”.
Sérgio voltou a falar sobre o assunto minutos depois para esclarecer que o diretor Alexandre Mattos buscará peças pedidas por Jorge Sampaoli. Sette Câmara reforçou que o Atlético não traria jogadores nas próximas semanas por não haver previsão do retorno das competições. Ao ser questionado sobre o número de reforços solicitados por Sampaoli, o presidente passou a pergunta para Alexandre Mattos, convidado da transmissão desta terça-feira.
FIANÇAS DO GALO E DO FUTEBOL BRASILEIRO
A Comissão Nacional dos Clubes enviou propostas para a Federação dos Atletas Profissionais de Futebol, se precavendo caso não haja disputa de campeonatos nos próximos meses. Sette Câmara confidenciou que, antes da transmissão pela TV Galo, estava em uma reunião virtual com presidentes de clubes das principais divisões do Brasileiro. Sérgio reforçou que as instituições não conseguirão arcar com as folhas de pagamento sem as receitas tradicionais do dia a dia. O presidente destacou que nunca viu uma união tão grande no futebol para tentar honrar os compromissos com os atletas, sem esquecer a saúde financeira das instituições. Ao abordar as finanças do Galo, Sette Câmara citou reuniões diárias e tentativas de antecipação de receitas.
“Nós estamos fazendo reuniões diárias, eu e o pessoal da área financeira do clube para ver que tipo de operação financeira a gente pode fazer. Tentar fazer algum tipo de antecipação de valores, de (valor a ser recebido do) shopping, de alguma receita para tentar equacionar esse momento e aí seguir o restante do ano sem grandes atropelos”.
O Atlético pretende manter a ideia de lançar um portal da transparência para o torcedor. Os balanços trimestrais, novidade na instituição, devem sofrer uma alteração diante da paralisação das atividades do futebol e a divulgação deve ocorrer apenas no segundo semestre.
DÍVIDAS
Com o PROFUT em dia, já que o clube utilizou o dinheiro da venda de Bernard para antecipar parcelas, Sette Câmara pede que haja alguma contrapartida do governo para a questão tributária, pois dificilmente os clubes conseguirão manter pagamentos em dia sem receita.
Além dos compromissos diários, como a temida folha de pagamentos, outras dívidas batem à porta na Cidade do Galo. Com a venda de Chará, o Atlético separou parte do valor para quitar a última parcela da compra de Maicosuel e Douglas Santos. Segundo o presidente, são aproximadamente três milhões e duzentos mil euros para encerrar a cobrança da Udinese na Fifa. Sobre a negociação com o grupo WRV, Sérgio confidenciou que o valor, que já se aproximava dos oitenta milhões de reais, passou a ser de aproximadamente quarenta e quatro milhões e, atualmente, após pagamentos de parcelas, beira os trinta milhões de reais.
Representante do grupo WRV na negociação, Vicente Bretz é um dos vários empresários atleticanos citados na transmissão. Segundo Sette Câmara, a maior dívida do clube é com o ex-presidente Ricardo Guimarães, que tem sido paciente com atrasos e praticado juros baixos. Além da dupla, Sérgio reforçou a ajuda de Rubens Menin e Rafael Menin, da empresa MRV, que teriam antecipado valores para o Atlético sem cobrar juros.
Nesta terça-feira, Alexandre Mattos participa da transmissão na TV Galo, às 16h.