SULAMERICANA 2019: CÉU OU INFERNO EM SETE DIAS

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Sai mais caro tropeçar em uma das trinta e oito rodadas do Brasileiro ou a eliminação de um torneio continental? Vale a pena usar força total contra Avaí, Ceará e Vasco sem a certeza de vitória e optar por reservas na competição internacional que garante mais uma taça para o clube, além da classificação para as oitavas-de-final da Copa do Brasil 2020, Libertadores 2020 e Recopa? Adicione ainda a bilheteria na reta final e premiação pelas primeiras colocações. Aliás, esqueça as cifras. Por trás das tabelas e premiações, a resposta da pergunta está no relacionamento desgastado entre instituição e torcida. A próxima semana definirá se a Sul-Americana 2019 será a bandeira de paz na Cidade do Galo ou se abrirão os portões do inferno para o restante da temporada alvinegra.

Para responder à questão ‘Brasileiro x Sul-Americana’, aperte o cinto, pois é hora de embarcar na nossa querida máquina do tempo do Deus Me Dibre. Em 2018, antes de escalar o time reserva e empatar com o San Lorenzo no Horto, confirmando a eliminação na Sul-Americana, empatamos com o São Paulo, no Morumbi, utilizando o time principal. Logo após o duelo contra os argentinos, vitória contra o Athl. Paranaense, no Paraná, pelo Brasileiro, novamente com o time titular.

Perder ou empatar com os paulistas e paranaenses como visitante não seria o fim do mundo para o Galo. Eu, você, a imprensa, o clube, ninguém estaria remoendo o placar um ano após a partida.  Não é abrir mão da vitória no torneio nacional, com a total certeza que perderíamos, é colocar na balança quais são as chances reais de conquistar o Brasileiro e quais são as chances na Sul-Americana. Ao eliminar o Galo, o San Lorenzo enfrentou o Deportes Temuco em uma chave que teve ainda o Nacional-URU, Fluminense e Atl. Paranaense até a final. Teta!

Ao decidir renunciar à Sul-Americana naquela ocasião, os dirigentes alvinegros passaram a entender a expressão “pedrinha no sapato”. Claro que os danos da eliminação foram potencializados pela vexatória entrevista do presidente, porém, mesmo que Sette Câmara não usasse expressões como “série B da Libertadores”, despedir da única competição internacional em 2018 foi doloroso para o Atleticano.

Se uma derrota qualquer no Brasileiro doeria menos, qual o motivo de termos poupado na competição continental e usarmos força total no nacional? Você ficou p* da vida em 2018 e viu na atual temporada que não aprendemos com a lição dada pelo futebol. Que déjà vu sinistro em 2019! Perdemos o Mineiro, futebol ruim nos primeiros meses do ano, técnico interino no comando, reforços que ainda não emplacaram e… reservas na Sul-Americana. Seguimos o mesmo roteiro trágico de 2018.

Vencemos o Zamora e comemoramos a classificação para uma competição com peso inferior a três pontos no Brasileiro. Confio na classificação no jogo de volta, mas desconfio do que faremos nos próximos passos. Assistir Galo e Unión La Calera me fez entender aquele ditado: “Para quem não sabe onde quer ir, onde chegar tá bom”.

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