THIAGO LARGHI, MEXA COM MODERAÇÃO

Compartilhe

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Os parágrafos abaixo foram escritos por um puxa-saco assumido do Thiago Larghi. Sim, eu também estou puto da vida com ele por diversos motivos, mas o cara ainda é o melhor custo benefício do país e, em seis meses, recebe o segundo avião no auge da turbulência. Dessa vez, sem o Campeonato Mineiro, competição com tabela menos complicada, o treinador tenta repetir os testes em diversas posições, fórmula utilizada no primeiro semestre. Se antes era preciso entender como funcionaria Erik, Otero, Cazares, Róger Guedes, entre outros, agora as opções aumentaram e os testes parecem não ter fim.

Primeiro foi preciso desfazer tudo que Oswaldo de Oliveira “montou” na pré-temporada. Larghi assumiu a equipe em fevereiro e em cinco meses deixou o clube entre os primeiros do Brasileiro. Com o fim da turbulência, pousou o avião e finalmente teve semanas de treino sem jogos para colocar em prática tudo o que queria. O avião voltou aos céus e o técnico perdeu o melhor zagueiro, o melhor volante e o melhor atacante do elenco. Mais turbulência!

O que você faz quando precisa encontrar substitutos à altura dos seus melhores atletas? Você mexe para c@ra!h* em todas as posições. Só que o Thiago exagerou! Sabe qual é o resultado disso? Nunca se encontra um time que o torcedor liste do 1 ao 11 sem pestanejar. É exatamente isso que tem acontecido nas escalações do Atlético, algo que torna impossível corrigir erros repetitivos, já que o vizinho de posição não é o mesmo da partida anterior. Thiago Larghi incorporou o torcedor bipolar que a cada dia quer uma coisa e esse deveria ser o meu papel e o do leitor, meros cornetas de arquibancada. Para ficar mais claro, vamos à entrevista de Rodrigo Dourado após a vitória do Inter no Horto:

– O professor tinha falado na preleção para cobrar rápido as faltas. Contra o Bahia eles tomaram um gol assim também. – disse o atleta colorado.

Patric, Gabriel, Maidana e Juninho formaram o quarteto defensivo atleticano no empate contra o Bahia. Já na derrota para o Internacional, três dos quatro jogadores citados não estavam em campo. Imagine o Maidana falando para o Emerson ou para o Hulk: “Vamos fazer diferente dessa vez”. Certamente os laterais pensarão: “Como faremos diferente? Nós nunca fizemos nada, nunca jogamos juntos”.

Desde a pausa para a Copa do Mundo, a zaga já contou com as duplas Gabriel e Juninho, Leo Silva e Maidana, Maidana e Gabriel; nas laterais foram utilizados, Patric, Emerson, Fábio Santos, Hulk, Juninho e Lucas Cândido. Estendendo para o meio-campo, citando apenas peças que começaram os jogos como titulares, vimos José Welison, Elias, Luan, Chará, Edinho, Ricardo Oliveira, Galdezani, Tomás Andrade, David Terans e tudo indica que Nathan será o próximo a engrossar a lista.

Não temos um time! O Brasileiro está no final do primeiro turno e ainda estamos na fase de testes, típica de início de temporada. Fica impossível corrigir erros se não existe entrosamento algum entre os titulares. Enxergo uma luz no fim do túnel ao assistir a entrevista coletiva, quando o treinador falou sobre a escalação de Maidana.

– O jogador, quando entra, precisa de sequência. Se a gente avaliar por um, dois jogos, é muito pouco. Ele precisa integrar um sistema como um todo, que já funciona.

Thiago Larghi, sua resposta vale para todas as peças do elenco. Ou você fecha com seu bonde ou você vai morrer mais solitário que o Zé Pequeno nas mãos dos meninos do Caixa Baixa. Na direita, Emerson, lateral direito promissor, de seleção de base, não vai conseguir mostrar potencial algum se for sacado da equipe no primeiro erro cometido. Principalmente sendo substituído pelo rei dos erros. No meio, se você não encontrar jogadores que atendam ao seu estilo de jogo e dar uma sequência com o mesmo esquema, em breve o Belmiro será testado com a 10.

Mais que reforços, o Atlético precisa hoje de um sistema de jogo, de entrosamento, de continuidade. Sei que não é simples como parece, principalmente quando negociam seus principais jogadores, mas é melhor acelerar esse processo, Larghi, pois você está em uma função na Cidade do Galo que também não sabe o que é continuidade.

Compartilhe