TikTok entra em ranking digital e aumenta disputa entre clubes brasileiros

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FOTO: BRUNO SOUZA/ATLÉTICO

No século atual, o futebol deixou de ser disputado apenas dentro das quatro linhas do gramado. A era das redes sociais gerou uma guerra por curtidas e seguidores que pode ser convertida em cifras para a instituição, além de fortalecer a marca em todo o planeta. Não dá mais para comemorar a bola na casinha sem converter o lance em um ótimo engajamento na internet.

Por muitos anos, o Atlético pecou no conteúdo entregue ao consumidor. A comunicação excessiva das redes sociais não agradava à gestão de Alexandre Kalil. Por ironia, o presidente se tornou referência no Twitter por utilizar o perfil pessoal para anunciar contratações e comentar assuntos diversos do clube. Enquanto Kalil tuitava, a TV Galo publicava vídeos com 240 pixels, o que é considerada qualidade baixa, muito distante dos 1080p60 atuais. No Instagram, fotos de papel A4 para anunciar a escalação, um título continental e um nacional passando em branco diante de uma rede abandonada.

Enquanto não volta a levantar taças, o Atlético precisa ser criativo para recuperar o tempo perdido. Segundo o Ibope Repucom, o Galo ocupa a oitava colocação no ranking digital dos clubes brasileiros. O torcedor desconectado pode achar tudo isso uma grande perda de tempo, mas os responsáveis por multimídia, marketing e dirigentes têm encarado como uma forma a mais de atrair parceiros comerciais. Durante paralisação do futebol, para compensar a baixa exposição, o Atlético divulgou a marca dos patrocinadores na série de lives, no Youtube. Quando as transmissões de vídeo terminaram, o clube compartilhou um clipe com todas as ações realizadas na quarentena. Ao oficializar o contrato com a Intralot, o clube alavancou a publicação associando o Keno Minas, um dos principais produtos do site de apostas, ao atacante Keno, contratado pelo Galo.

Em junho, o Ibope Repucom passou a considerar o Tik Tok no ranking digital. A plataforma com vídeos curtos e, quase sempre, bem humorados é uma febre mundial e vem sendo explorada por instituições de diversos esportes. Dos dez primeiros colocados do ranking digital, apenas Grêmio e Palmeiras (não possui) têm menos seguidores que o Atlético.

“As características do TikTok se apresentam como oportunidades para o desenvolvimento dos clubes em frentes consideradas desafiadoras: a construção e fidelização de uma base jovem de torcedores, a efetiva exploração do prestígio dos atletas como poderosa força de influência digital e a expansão e internacionalização de suas marcas, sobretudo no mercado asiático e chinês”, conta José Colagrossi, diretor executivo do Ibope Repucom.

Segundo o portal Derpotes&Finanzas, em maio, o Galo foi o quinto clube brasileiro e o sétimo na América do Sul com mais interações, no Twitter, porém, um fator tem diminuído o impacto das postagens. Sérgio Sette Câmara voltou a utilizar a rede social em 2020. Para aproximar o dirigente do torcedor, os grandes nomes contratados na temporada foram anunciados por Sette Câmara, que também fez publicações sobre o Manto da Massa. A ação histórica, que culminou na venda de cem mil peças da camisa desenhada por um torcedor, também foi usada para alavancar as redes do Galo Na Veia. Nas 24 horas seguintes ao anúncio da marca expressiva, apenas uma publicação no perfil oficial do Atlético.

Na rivalidade mineira, o Galo está na frente do Cruzeiro na soma de todas as redes sociais. O alvinegro soma mais seguidores no Instagram e Facebook, mas perde no Twitter, Youtube e TikTok. Durante a semana, torcedores dos dois clubes fizeram campanhas para marcação dos perfis oficiais, o que não é contabilizado no ranking de engajamento. Internamente, o Atlético vive expectativa de crescimento nos próximos meses, principalmente em relação ao rival estadual, já que é o único clube mineiro na série A do Brasileiro.

 

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