Victor responde sobre falas de Felipão em coletiva: “Não estou fazendo papel de advogado de ninguém aqui”

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IMAGEM: REPRODUÇÃO / YOUTUBE / GALOTV

Esta sexta-feira (04) será o penúltimo dia de trabalho do elenco atleticano visando o confronto contra o São Paulo, que acontece no próximo domingo (06), no Morumbi, às 16h00. Mas antes do início dos treinamentos, o Gerente de Futebol do clube, Victor, concedeu uma entrevista coletiva para responder as perguntas dos jornalistas.

Entre os temas abordados, o ex-goleiro respondeu sobre a forma com que Luiz Felipe Scolari tem conduzido suas coletivas, sobre a baixa utilização de garotos da base no elenco principal atleticano e muito mais.

Victor começou falando do momento do time:

Bom, realmente é um momento que acho que nunca vivi. Acho que ninguém tinha vivido isso dentro do do futebol. A gente sabe da dificuldade que a gente vem enfrentando, do momento que a gente vem passando, dentro de um clube que acostumou a vencer nos últimos anos. Talvez isso tenha um impacto ainda maior, pelo histórico, principalmente na última década de grandes conquistas do Atlético. Então realmente é um momento que nos incomoda, é um momento que nos entristece. Pode ter certeza que estamos todos muito preocupados e entristecidos, envergonhados por viver um momento como esse. Mas posso garantir, não é por falta de trabalho, não é por falta de comprometimento, não é por falta de profissionalismo, não é por falta de interesse. Futebol tem fases, e não existe fórmula pra vencer, para superar as adversidades de uma forma que seja diferente do trabalho. É isso que a gente tem feito aqui!

E completou, ressaltando o trabalho do treinador alvinegro:

O Felipão tem buscado inúmeras alternativas de mobilização, de conversa, de diálogo e de cobrança, para extrair o melhor dos jogadores. A gente também conversa muito, faz todas as avaliações. Então assim, não existe falta de trabalho. Temos um bom ambiente! Obviamente que quando se tem um período assim, de tanto tempo sem vencer, o ambiente fica um pouco mais “baixo astral” e acho que o nosso papel aqui é elevar o nível de confiança, mas de cobrança dentro do elenco também. Não posso falar que falta trabalho, não posso falar que não tem comprometimento. Porque realmente isso é algo que tem muito aqui. Nós estamos aqui hoje, 9h00 da manhã e o treino tá marcado pra daqui uma hora, mas a academia já tá cheia. Está todo mundo trabalhando. Então assim, o pessoal trabalha, se interessa, se compromete e ninguém se omite. É fase, é momento. Agora é trabalhar para sair o quanto antes dele.

O ex-goleiro respondeu sobre o que falta para o time voltar a vencer:

Uma palavra que nesse momento ela precisa ser resgatada é a confiança! Quando você vive um bom momento, às vezes o jogador que não tem um grande destaque, ele acaba se destacando porque ele tem confiança, ele arrisca mais, ele faz coisas diferentes. O mesmo acontece quando a fase não é boa. As vezes jogadores de alta capacidade arriscam menos e acabam errando mais, na ansiedade de querer acertar. Essa confiança ela realmente precisa ser resgatada, mas isso só vai acontecer com resultados. A gente sabe, futebol é resultado, ainda mais quando se trabalha, se joga em um clube grande. Tenho conhecimento de causa pra falar que ninguém desaprendeu a jogar futebol. Ninguém desaprende, simplesmente perde a confiança!

Victor também foi questionado sobre as falas ríspidas e irônicas de Felipão nas últimas coletivas:

Eu não estou fazendo papel de advogado de ninguém aqui, mas a gente tem que entender que estamos em um momento ruim, um momento difícil e é sempre muito difícil você falar no pós-jogo, quando você está de cabeça quente. Eu fui atleta e em um momento como esse, depois do jogo, depois de uma derrota, que você está de cabeça quente, é muito ruim você falar. Não estou justificando. Obviamente que a gente conversou e se você pegar hoje e fizer as mesmas perguntas que fizeram depois do jogo com o Felipão, o trato vai ser diferente. Eu posso garantir que o Felipão é uma das das pessoas mais gentis e respeitosas que eu conheço no futebol. Tenho certeza que ele refletiu, ele viu que em alguns momentos poderia ter feito diferente.

Victor finalizou respondendo sobre o aproveitamento de garotos da base no elenco principal atleticano:

Se você pegar hoje, aqui dentro do nosso elenco, nós temos cinco atletas oriundos da base. Diariamente a gente tem trazido jogadores da base para fazer treinamentos com com a equipe profissional, inclusive hoje, para ter uma observação mais próxima né do treinador. Mas eu acho que a gente tem que ter um certo cuidado. As vezes existe essa cobrança para revelar jogador, para lançar jogador. E pra formar um jogador é um processo! Você não pode simplesmente falar ‘o cara se destacou na base, vamos colocar ele pra jogar no profissional’. Existe um processo de adaptação a intensidade de jogo. A velocidade de jogo é muito diferente entre um sub17, sub20, com a equipe principal. Então, você tem que dar tempo para que haja essa adaptação, haja uma maturação. Você não pode queimar processos.

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