VOCÊ QUER MUDAR OU QUER MUDANÇA?

Compartilhe

FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

O calendário mostra o segundo mês do ano 2020. A Massa lamenta não ter Diego Tardelli no elenco, mesmo discurso do período em 2011, há nove anos, quando o jogador se despediu do Galo pela primeira vez. Com um jovem goleiro defendendo a meta alvinegra, Réver e Patric na defesa e um artilheiro experiente querendo mostrar que ainda tem lenha para queimar, o atleticano se agarrou à fase ruim do rival e se esqueceu de como o elenco era ruim. Me refiro a 2011 ou 2020? Para responder a indagação, é preciso saber se o Marquinhos na frente dá cambalhota ou não.

NÓS, atleticanos, temos uma dificuldade enorme em seguir a vida. Ouvir os nomes de Kalil, Cuca, Tardelli, Dátolo, Pratto, Róger Guedes etc. é comprovar que nosso maior reforço na atualidade seria contratar os Caça-Fantasmas. O primeiro passo para obter sucesso na atualidade é entender a importância e o peso de cada um na história, mas ficar livre desses fantasmas para seguirmos em frente. Di Santo e Ricardo Oliveira mostraram todas as limitações em 2019 e o ataque não dar sinais de vida contra o Unión não é culpa do Tardelli aceitar ou não qualquer proposta.

Esqueceu dos fantasmas? Também não perca muito tempo com velório. Temo que os Operário’s e Confiança’s tirem o foco do atleticano na temporada. É normal em qualquer rivalidade de regiões com dois clubes que a má fase do rival seja motivo de empolgação na arquibancada. Eu vou me vestir de fantasminha quando enfrentarem o Cuiabá, vou rir quando as redes sociais do Galo alfinetarem na vitória do Sampaio Corrêa. Só não podemos esquecer que ainda não resolvemos nosso problema crônico de eliminação para Jorge Wilstermann, Chapecoense, Colón, para o próprio cruzeiro semanas antes do rebaixamento e que estamos perto de um adeus na primeira fase da Sul-Americana diante de um massacre do Unión. Eu quero foguetório na Sede de Lourdes para comemorarmos NOSSAS conquistas.

Um mês após a reapresentação para a pré-temporada, o Atlético tem um elenco que dá sinais de que briga para não cair. Devo consultar o Boston Medical Group por estar com uma visão precoce? Não ser precoce nas decisões e ações levou o Galo a comprometer a principal competição da temporada ainda na primeira semana de fevereiro. Prefiro pecar pela cautela a tropeçar pelo desleixo visto nos últimos anos. Nunca é hora de cobrarmos mudanças. Hoje não pode pelo início de trabalho, em abril é hora de incentivar e confiar no início de Brasileiro, já que os testes no Mineiro acabaram e no fim do ano tem sido momento de união para não cairmos. “Ano que vem o Tardelli volta e a gente vai forte na briga pelo título do Brasileiro após quarenta e tantos anos”.

Se não conseguirmos a classificação no Horto, o roteiro é conhecido. Rui Costa verá pais de família chorando no vestiário e o presidente vai lamentar o pênalti perdido na Argentina. Começo o ano aproveitando do espaço que tenho na mídia para pressionar sim, jogadores e dirigentes, que entregaram tão pouco diante do potencial de um clube gigante. Não quero ver o Zago, técnico do time de transição, pegando uma batata-quente em abril, voltando com Patric na direita e a torcida clamando por Calebe, do Sub-20, diante da baixa produtividade do Hyoran. Vem julho e o #VoltaTardelli aparece nos trending topics do Twitter, enquanto tememos pela cláusula de renovação do Di Santo e Edinho é emprestado para o Fortaleza. Zago não recebe reforço, balança no cargo e a gente chama o Dorival Júnior.

Peter Venkman, Dr. Raymond Stantz, Dr. Egon Spengler, Winston Zeddmore, conhecidos por caçarem fantasmas no passado, me ajudem a ficar livre desse roteiro que sempre volta. Quero ver o Atlético diferente dessa roda-gigante que sobe, desce e não consegue evoluir. Gol do Cuiabá, Dorival ganha três e o diretor cita que o técnico justificou a contratação sem descartar a permanência para 2021. Afasta de mim esse cálice, pai. Obrigado, Tardelli. Vou rabiscar um verso no cantinho do meu convite de casamento dizendo que o grande amor da minha vida é você.

Se você acha que as palavras escritas aqui são direcionadas aos dirigentes, volte e leia novamente. Essa é uma autocrítica para nós, da arquibancada. Nós queremos mudanças, mas não estamos dispostos a mudar.

Compartilhe