Desperdício de talentos e reconstrução: a conturbada “categoria de base” do Cruzeiro

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Olá pessoal! Hoje, na minha coluna aqui no “Deus me Dibre”, gostaria de discutir a categoria de base, focando especialmente no Cruzeiro. Entre 2007 e o final de 2008, tive a oportunidade de trabalhar na Toca I, onde pude observar e compreender em detalhes o processo de formação de atletas. É um trabalho árduo que pretendo abordar mais profundamente em futuras colunas.


Durante esse período, a Toca I era dirigida por Ricardo Drubscky, que promoveu a excelência em todos os setores do centro de treinamento. O quadro de funcionários era composto por profissionais altamente qualificados, e nesse período, a Toca I foi uma fábrica de talentos que contribuiu significativamente para o futebol brasileiro. Nomes como Dudu, os goleiros Rafael e Gabriel, os zagueiro Thiago Heleno e Maicon e outros jogadores de extremo talento como Guilherme, Lucas Silva e Bernardo surgiram dessa base. Vale destacar a equipe sub-17 que marcou história sob a orientação do treinador da época, Alexandre Grasseli.

Equipe Campeã Brasileira Sub-20 / 2017


No entanto, surge uma pergunta legítima: dado o sucesso do trabalho, onde estão os resultados? O que aconteceu com esses jogadores do sub-17? O final de 2008 trouxe uma mudança drástica na estrutura da base, com a saída de Ricardo Drubscky e a chegada de Dimas Fonseca. Infelizmente, essa transição interrompeu o trabalho anterior e desfez muitos dos avanços conquistados. É difícil mensurar quantos talentos foram perdidos durante essa mudança, representando um prejuízo incalculável, não só em termos financeiros, mas também em termos de desenvolvimento esportivo.


O que é mais surpreendente é que esse ciclo se repetiu. Por volta de 2015, a base do Cruzeiro começou a se recuperar, com novos talentos emergindo, incluindo Cacá, Alisson, Rony, Murilo, Gabriel Brazão, Mayke e outros. Essa nova geração promissora acabou encontrando mais oportunidades em outros clubes, uma vez que, mais uma vez, o Cruzeiro não soube aproveitar adequadamente seus próprios ativos.


A gestão do clube, infelizmente, não priorizou o desenvolvimento desses jovens talentos. Eles foram preteridos em favor de jogadores mais experientes. Embora tenha havido sucesso a curto prazo, os custos a longo prazo foram altos, como a história demonstrou.


Havia, na verdade, um momento ideal para promover esses jovens talentos da base, especialmente após a conquista da Copa do Brasil em 2017, quando o time estava em alta e a torcida confiante. Não havia pressão excessiva sobre a garotada naquela época, mas, infelizmente, isso não foi aproveitado.


Agora, a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) enfrenta o desafio de reerguer a base do Cruzeiro, que, como toda a instituição, sofreu durante a gestão de Wagner Pires de Sá e Itair Machado. A grande questão é: veremos mais uma vez os jovens talentos do clube brilhando em outros times daqui a alguns anos, ou o Cruzeiro finalmente perceberá que a categoria de base é o futuro de qualquer clube que deseje encarar o futebol de maneira profissional?

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