Direto do gramado: Cruzeiro vence o clássico de um time só

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O diretor de comunicação do Atlético minimizou a importância da principal partida de Minas ao tentar diminuir o Cruzeiro. O dirigente atleticano acertou, afinal de contas o primeiro clássico da Arena MRV foi o clássico de uma equipe só. O Cruzeiro jogou melhor do primeiro ao último minuto e teve uma vitória histórica e incontestável. No fim, o placar de 1 a 0 ficou até barato para os donos da casa, que passaram vergonha em campo e fora dele.

Se pelo lado alvinegro o clima não era de clássico, nas palavras do diretor de comunicação, para o lado azul o clássico foi tratado com a devida importância. O Cruzeiro entrou para vencer e cada dívida era motivo de vibração entre os jogadores. A Raposa teve sua melhor apresentação neste Campeonato Brasileiro e calou os quase 40 mil atleticanos presentes na Arena.

O técnico Zé Ricardo armou o time da mesma maneira que fez diante do Flamengo, na quinta passada. no 4-1-4-1. Se contra o Rubro-Negro a estratégia funcionou por cerca de 30 minutos, diante do Atlético a postura funcionou por toda a partida. As melhores chances foram da equipe celeste, mas como aconteceu em outros jogos, o ataque estrelado ficou devendo. Foi preciso a ajuda de Jemerson para anotar o único gol da partida.

Que vá além da motivação do clássico

A exibição do Cruzeiro contra o Atlético foi a melhor do time celeste neste Brasileirão. Talvez o jogo contra o Botafogo tenha sido tão bom quanto, no nível de apresentação, apesar de não ter vencido o líder da competição. No entanto, como tem se apresentado com certa irregularidade, fica a dúvida se o futebol apresentado pelo Cruzeiro até o fim da temporada será o que vimos na Arena ou se não passou de uma tarde especial motivada pelo clássico.

O Cruzeiro abriu quatro pontos de vantagem para os times que estão dentro da zona do rebaixamento, um suspiro neste momento. Porém, em termos de pontuação a Raposa ainda corre risco de queda. Mas pelo futebol apresentado contra o Galo e pela motivação de vencer o primeiro duelo na casa do rival, a expectativa é que o time estrelado consiga se manter afastado das últimas posições e terminar o Brasileirão de forma segura.

Sem gol no primeiro minuto fica difícil para o Atlético

É possível que muitos atleticanos tratem a derrota para o Cruzeiro como uma surpresa, mas não dá para dizer que a exibição do Atlético tenha sido uma surpresa. Afinal de contas, jogar mal é a única regularidade do Galo desde a chegada de Felipão. Com mais derrotas do que vitórias (8×7), o treinador não consegue recolocar o clube dentro do G6. Já são 17 rodadas fora da zona de classificação para a próxima Copa Libertadores, muito tempo para um time que é caro demais.

Como não é todo dia que um gol logo no primeiro minuto vai condicionar a partida para a maneira que Felipão mais se sente confortável em atuar, o Atlético tinha que jogar contra o Cruzeiro. E não conseguiu, mais uma vez. Um time sem comportamento ofensivo, que troca passes até que tenha espaço para uma bola longa. Mas como a cultura no Brasil é de criar vilões, é mais fácil apontar o Jemerson como culpado pela derrota do que enxergar o óbvio: a terra não é plana, mas em 2023 ainda tem quem acredite que seja!

Ação e reação

O Atlético tratou o torcedor do Cruzeiro como um animal e a reação dos cruzeirenses foi dentro do esperado. Uma pena para o futebol mineiro, que possivelmente viu seu último Atlético x Cruzeiro com as duas torcidas presentes no estádio.

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