12 ANOS DEPOIS, DORIVAL PODE RETORNAR PARA CONTER NOVA CRISE

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FOTO: REPRODUÇÃO / FOTOCOM

O ano era 2007: o Cruzeiro havia perdido o primeiro jogo da final do campeonato mineiro por 4 a 0 e o então técnico, Paulo Autuori, largou o comando do clube alegando problemas com os jogadores. O ano não parecia nada promissor após uma derrota acachapante, mesmo tendo vencido o segundo jogo da final por 2 a 0, com um time formado por jovens meninos da base – que no ano haviam se sagrados campeões da Copa São Paulo de juniores. Na época, a diretoria do Cruzeiro foi um tanto quanto ousada: destaque no São Caetano, contratou Dorival Jr. sem experiência em grandes clubes, para assumir uma Raposa em crise.

Sem ter um goleiro fixo, revezando entre os inconstantes (na época) Fábio e Lauro, apostando por vezes no garoto Gatti, Dorival fez o impensável naquela situação e comandou o time à Libertadores do ano seguinte, mesclando a experiência de jogadores como Roni com o potencial de jovens como Ramires, Guilherme e Marcelo Moreno. A classificação pra LA também contou com uma pitada de sorte, Dorival, como todos os técnicos, teve seus momentos instáveis no comando do time e oscilou logo na reta final do campeonato. Terminou a competição em 5º lugar e classificou o Cruzeiro para a Libertadores do ano seguinte (o Fluminense, campeão da Copa do Brasil, ficou em 4º e o G4 se estendeu ao G5).

Foram 40 jogos com Dorival Júnior no comando do time, os 38 jogos do campeonato brasileiro e mais 2 partidas pela Sulamericana. Na competição internacional, o Cruzeiro foi eliminado pelo Goiás logo na primeira fase, que ocorria sempre contra brasileiros. No campeonato nacional, o Cruzeiro teve 18 vitórias, 6 empates e 14 derrotas, marcando 73 gols e sofrendo 58.

É claro que o cenário da crise em campo de 12 anos atrás em nada se parece como cenário de hoje. Se em 2007 era um pequeno foco, hoje, o Cruzeiro está no meio do incêndio. Dorival, conhecido por promover jogadores de base, terá uma missão muito mais complicada que é rejuvenescer um elenco de média de idade alta (27 anos pro elenco) e um time “principal” ainda mais alta, os jogadores que iniciaram a partida contra o Internacional somam uma média de idade de 29,9 anos (!) faixa etária que podia ser maior caso o time entrasse com Egídio e Fred. Além disso, é preciso ressaltar a todo momento a fase em que vive o time: são 825 minutos sem marcar gols, o maior jejum da história quase centenária do Cruzeiro. Uma única vitória nos últimos 18 jogos, com o time na zona de rebaixamento, eliminado na Libertadores e precisando reverter uma derrota simples para o Internacional, fora de casa, se quiser seguir na Copa do Brasil.

Dorival, que procurado por nossa reportagem, negou qualquer contato feito pelo Cruzeiro – mas que fontes do clube garantem que houve início de conversa – caso aceite o cargo, terá que lidar com a crise institucional mais pesada da história do clube: um Cruzeiro que caminha a passos largos para um colapso financeiro (sem poder de barganha e sem dinheiro para contratações, com processos e cartolas com reputação questionável no mercado, sob investigações judiciais) e as suspeitas e indícios de corrupção, que colocam o clube, hoje, na mira da Polícia Federal e do Ministério Público – além de toda confusão administrativa e política.

AGENDA DO FINAL DE SEMANA

10/08 Sábado, às 15h, o Cruzeiro Sub-20 enfrenta o América-TO, pelo Mineiro Sub-20 no Municipal de Ibirité, em Ibirité.

11/08 Domingo, às 16h, o Cruzeiro enfrenta o Avaí, no estádio da Ressacada, pelo Campeonato Brasileiro.

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