FOTO: REPRODUÇÃO / SITE OFICIAL CRUZEIRO E.C.
Antes de falar de números, vamos para a realidade que vivemos diariamente nas redes sociais. A notícia não é boa e até alarmante em certo ponto. Mas existem pessoas públicas e perfis com grande número de seguidores que levantarão uma bandeira contra sua publicidade, ignorando conceitos básicos e princípios do jornalismo e da comunicação. Por preceder a semana do último clássico da final, vão tentar culpabilizar a imprensa e tentar impor uma perseguição infundada para jogar a realidade debaixo do tapete.
Estando ciente disso, vamos ao que importa, o fato:
O balanço financeiro do Cruzeiro, em relação ao ano de 2018, saiu e apresentou números alarmantes. Se a política de austeridade e regularização da situação financeira do Cruzeiro foi a principal bandeira levantada pela atual administração, na prática o resultado foi outro. O clube celeste aumentou sua dívida consideravelmente desde o último balanço apresentado. O valor anterior que chegava aos R$384 milhões saltou para a casa do meio bilhão, aproximadamente R$520 milhões de reais. A notícia em primeira mão foi publicada no globoesporte.com pelo jornalista Gabriel Duarte.
Contrariando todos os discursos feito pelo vice-presidente de futebol, Itair Machado, em que o Cruzeiro estaria regularizando as situações e as dívidas estariam sendo pagas, o balanço ainda apresenta o aumento no déficit de mais de 10 milhões de reais, totalizando mais de R$27 milhões.
Balanço descreve também o aumento dos empréstimos realizados.
Uma dos valores levantados no balanço chama atenção: o valor lançado pela venda de jogadores aponta um montante de R$90 milhões, e o balanço deixa claro que a venda do meia Arrascaeta já está contabilizada – mesmo ela tendo sido realizada só em janeiro de 2019 (foto abaixo). A aprovação do balanço ainda depende da votação que será feita pelos conselheiros do clube, em reunião no dia 25 de abril.
Outro fato também chama atenção: o mesmo vice-presidente de futebol alegou, em entrevista ao programa Bola da Vez dos canais em ESPN, em janeiro deste ano, que havia diminuído a dívida do Cruzeiro em 100 milhões (você pode conferir o trecho da entrevista abaixo). Fato que não se comprova com os números apresentados.
A realidade das dívidas expõe um problema crônico que se iniciou ainda no mandato do ex-presidente, Gilvan de Pinho Tavares. O descuido com a administração do clube, a centralização das operações – tanto administrativas quanto do departamento de futebol – e a falta de zelo com o patrimônio culminaram numa cascata de dívidas através de negócios duvidosos no campo financeiro. Vale ressaltar que a atual diretoria foi eleita como situação e não oposição – apesar de logo no início demonstrarem rachas políticos entre diversos diretores.
Cabe agora esperar a reunião do dia 25 de abril e ver qual será o posicionamento dos conselheiros que, de forma quase unânime, aprovaram a realização de um empréstimo no valor aproximado de R$300 milhões para quitar dívidas imediatas e amortizar juros.