
FOTO: DANIEL VORLEY / LIGHT PRESS / CRUZEIRO
Duas vitórias contra São Paulo e Corinthians, adversários duros que costumam dar trabalho no Brasileiro, saída – momentânea – da zona de rebaixamento e confiança retomada. Com mais tranquilidade para aproveitar as chances criadas durante os jogos, encaminhamos uma recuperação que até outro dia parecia muito difícil. De 22 pontos, na 18ª posição a 4 pontos do primeiro colocado fora da zona para 28 pontos e parcialmente fora e, caso Ceará e CSA tropecem na rodada, seguiremos sem retornar. O futebol é dinâmico e o competitivo Brasileirão não permite tropeços excessivos. A briga na parte de baixo da tabela promete ser dura até o fim.
O grande reforço do Abel foi a saída do Itair Machado do ambiente. Não por acaso, sem ele fizemos 7 pontos em 9. Sua presença fazia mal ao ambiente pela conduta egocêntrica e pouco profissional. Basta lembrar que o trabalho do Rogério Ceni começou a degringolar quando a Justiça determinou o retorno do vice-presidente de futebol ao ambiente do vestiário no confronto contra o Internacional pela Copa do Brasil. De lá até o fim, contra o Ceará, oito jogos depois, não conseguimos mais vencer. Itair, além de não ter credibilidade moral para cobrar ou exercer um papel de liderança, manipulava os jogadores a defendê-lo, atrasava os salários enquanto conselheiros e dirigentes recebiam em dia (incluindo até premiações). Esse tipo de (des)governaça deliberada poluiu o grupo de todas as formas possíveis. Reparem a declaração do meia Robinho no vídeo abaixo (minuto 5:56)
https://www.youtube.com/watch?v=921ZtaNsUE8
Ao comentar que o dinheiro estava “jorrando” no ano passado, Robinho demonstra de forma bem clara como foi exercido o “comando” dentro do vestiário por Itair Machado. Dinheiro. Deixaram os jogadores mal acostumados com a garantia de que seria sempre assim, uma cachoeira infinita de reais. O problema, caro leitor, é que essa ingerência custou caro e durou pouco. Um ano depois, o clube está quebrado, com salários atrasados e jogadores que perceberam que seu “grande líder” não passava de um fanfarrão. Com isso, resolveram se impor numa total demonstração de hierarquia invertida onde qualquer profissional que batesse de frente com eles teria problemas. Foi o que ocorreu.
Zezé Perrella chegou e ainda que não seja o ideal, pelo menos prometeu colocar o mês de agosto em dia nesta segunda-feira. Sua experiência dentro de vestiário ajuda nesse momento, mas é bom entender o perfil do grupo que temos agora. Com esses medalhões, é preciso ter palavra, postura firme e, principalmente, cumprir com o que foi acordado, pois só assim cobranças por resultados poderão ocorrer. O time ainda tem problemas evidentes não só físicos como financeiros, não será fácil atingir 42/43 pontos, mas nosso diferencial são jogadores técnicos que, mesmo longe do auge, possuem mais capacidade de gerar resultados do que nossos adversários. O que faltava? Confiança e tranquilidade.
#MeDibre