
Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
A reconstrução começou com vitória, participação direta da base e brilho nos olhos. Foi apenas o primeiro jogo, mas vimos uma vontade que há tempos não aparecia no Mineirão como todos os medalhões que se arrastaram durante todo 2019. Os garotos se esforçaram enquanto tiverem fôlego e com a torcida jogando junto quando a perna dos garotos pesarem voltaremos mais fortes. Com gols de Thiago e Welinton, superamos o Boa Esporte por 2×0 e voltamos a ter o sentimento de vitória, algo que não acontecia desde os 2×0 contra o Botafogo, pelo Brasileiro, em outubro do ano passado.
O jogo iniciou com o Cruzeiro organizado no 4-2-3-1 onde Rodriguinho tinha papel muito importante no meio pela sua capacidade de “esconder” a bola muito bem no espaço curto. Numa zona de campo que sempre há combate, protege e quando faz o giro de corpo desarma o adversário e clareia o campo pra pensar na melhor jogada. Fez boa parceria com Maurício que mostrou personalidade e visão de jogo, descolando passes e se movimentando de fora pra dentro no campo. Jadsom, estreante da noite, tinha liberdade pra atacar e explorava o espaço na direita deixado pelo Maurício. Thiago, outro estreante, saia bastante da área pra prender a bola. Aos 18′, o primeiro gol da reconstrução. Após cobrança de escanteio, Rodriguinho ganhou a primeira bola, Adriano rolou para Maurício cruzar perfeitamente na cabeça de Thiago, que testou pra baixo, firme. Gol de centroavante. O garoto que não fez grande Copa São Paulo mostrou porque foi artilheiro do time no Brasileiro Sub-20. Contudo, minutos depois saiu lesionado pra entrada de Judivan.
O primeiro tempo foi de um Cruzeiro que não fez muita questão de ter posse, e sim ser vertical. Pressionava e tentava sair com velocidade, com os jogadores quase sempre dando no máximo dois toques na bola. Natural que erros e nervosismo devido a estreia acontecessem, mas a impressão foi positiva. No segundo tempo, o ritmo caiu assim como a preparação física da equipe. Com a saída de Jadsom (também por lesão) o zagueiro Edu entrou improvisado pra fazer a volância e perdemos um pouco da posse de bola ofensiva, muito também pela queda física de Maurício e Rodriguinho, expoentes do primeiro tempo. Welinton entrou aos 37 do segundo tempo e em rápido contra-ataque, Judivan lançou o garoto que recebeu, avançou com a bola e bateu na saída de Renan Rocha, por baixo das pernas do goleiro.
Esse novo Cruzeiro é o time dos garotos, da esperança e da vontade de vencer. O primeiro jogo foi positivo e trouxe uma sinergia que há muito tempo não víamos nas arquibancadas. Na noite em que saiu na mídia que a Justiça quebrou o sigilo bancário de ex-dirigentes do clube, a sensação é de que, assim como a chuva que caiu no Mineirão, o clube seja lavado e passado a limpo após tantos desmandos.
#MeDibre