
Foto: Cruzeiro E.C./ FLICKR OFICIAL
O Cruzeiro perdeu para o Vasco, chegou ao 7° jogo de jejum e apenas 1 gol marcado no período. É o time com menos vitórias do campeonato, superando apenas os rebaixados Avaí e Chapecoense. A conta para evitar o pior é arrumar 3 pontos a mais que o Ceará nessas últimas duas rodadas. Enquanto os cearenses recebem Corinthians e encerram contra Botafogo, enfrentaremos o Grêmio (vice-líder do returno) fora e Palmeiras em casa. A situação é dramática e não há o que lamentar. A cartilha foi seguida à risca.
Antes do jogo, foi anunciado o tardio afastamento do meia Thiago Neves que, mais uma vez, demonstrou sua total falta de profissionalismo e comprometimento com a Instituição que defende ao ir pra uma festa no Mineirão e ingerir álcool, mesmo tratando de lesão muscular. O mesmo que teve um áudio vazado cobrando salários atrasados para ter “motivação”, mas que na época de Itair Machado foi à imprensa dizer que isso (atraso) não era problema. Em agosto, Rogério Ceni detectou esse problema, mas foi traído pelo então vice-presidente, que ficou do lado dos medalhões, fiéis a sua generosidade em renovar seus salários com polpudos aumentos, deixando o clube refém dos mesmos. Itair, em seu último ato, terminou de sepultar o clube.
A partida de hoje foi melancólica. Mesmo com mudanças, notava-se uma total apatia da maioria do time. Apenas Léo e Cacá demonstravam vontade e suor. O resto tocava pro lado, esperando o jogo passar. A apatia do Pedro Rocha impressionou. Enquanto pelo lado direito David e Orejuela ao menos tentaram, na esquerda não havia nada. Tanto ele como Egídio eram completamente nulos. Tirando o lance irregular do gol, pois Cabral sofreu falta, o jogo foi ruim. Vasco demonstrou mais preparo físico e velocidade, mas ameaçou pouco. Já o Cruzeiro teve muita dificuldade de criação e de manter um nível de intensidade alto. Finalizou 14 vezes, apenas 1 no alvo. Foram 34 cruzamentos, apenas 8 certos. Uma pobreza de futebol e anímica. A postura era apática, como se estivessem esperando o juiz apitar o final, sem nenhum poder de reação. O resultado não foi mais do que previsível. Nem com DEZESSETE escanteios conseguiram alguma coisa.

Não se engane, torcedor. Quem aparece como salvador da pátria, na realidade quer apenas manter tudo como está. Desde “acordões” a alianças como essas. O Cruzeiro precisa ser passado a limpo.
O torcedor não merece. A Instituição não merece. As pessoas que tomaram o clube de assalto são os grandes responsáveis. Wagner Pires, Itair Machado, Serginho, Leandro Freitas, Zezé Perrella, família Lemos, conselheiros, todos tem sangue nas mãos. Drenaram até deixar o clube oco. Matematicamente ainda não, mas sinceramente, estou na fase de aceitação. É hora de manter a cabeça erguida e seguir cobrando por um Cruzeiro profissional, democrático, transparente e com reformulação do estatuto e conselho. Só assim poderemos recuperar a Instituição. Nós, torcedores, temos que agir. Não será Zezé ou qualquer outro conselheiro de terceira idade com dificuldade cognitiva pra se expressar que mudará o cenário. O clube precisa ser passado a limpo, deixar de ser uma capitania hereditária controlada por famílias que há décadas deixaram de focar na modernização e evoluir.
Foram várias chances de reestruturação sem precisar sofrer na carne as consequências do amadorismo. Gilvan teve a chance de mudar o estatuto no fim de 2014, Wagner recebeu um plano de gestão apresentado pelo especialista em gestão Júlio Reis e foi ignorado. Agradeçam pela incompetência de Itair e sua trupe reforçada com a matéria do Fantástico que impediu esses pulhas de colocarem a mão naquele empréstimo de R$ 300 milhões. Seguiriam despejando dinheiro em jogadores até secar a fonte e sairiam no fim de 2020 deixando um passivo de 60 milhões semestrais, praticamente decretando nossa falência. Naquele momento, apenas dois dos 316 conselheiros presentes foram contra o tal empréstimo. Gostaria de saber seus nomes para divulgar os únicos que merece ocupar o oposto de conselheiro e que são torcedores de verdade.
Nunca se esqueçam da lista de 132 conselheiros que votaram contra o Cruzeiro ao manifestar apoio pelo retorno de Itair Machado a vice-presidência de futebol, em setembro. Esses nomes merecem serem lembrados pra sempre.
Os médicos sugerem desligar os aparelhos e os jogadores concordam. Quem ainda se recusa pelo amor envolvido é o torcedor. A catástrofe não começou hoje, cumpriram à risca a cartilha da tragédia com escolhas erradas, falta de gestão, transparência, honestidade e seriedade.Você, torcedor, ainda quer ter um clube para torcer? Vamos a luta. Não adianta o papo de “vou esperar fulano assumir antes de criticar” NÃO! Pesquise propostas, seu passado, o que faz profissionalmente. Política existe e devemos ser críticos e vigilantes. O Cruzeiro precisa de renovação e ela não cairá do céu. Depende de nós.
#MeDibre