FOTO: LUCAS MERÇON / FFC
Abel Braga será o novo treinador do Cruzeiro pra sequência da temporada e terá a dura missão de livrar do rebaixamento um clube que nunca caiu na sua história. Daqui pra frente, são 16 finais e o apoio da torcida será fundamental para que o pior não aconteça. É óbvio que todos estamos chateados, principalmente com jogadores experientes que recebem alto salário e não estão se dedicando como deveriam, mas não há espaço para mais conflitos, devemos nos unir em pró da Instituição. Bem ou mal, dependemos desses atletas para nos salvar.
A escolha pelo Abel Braga era a mais previsível possível. Técnico boleiro, paizão, amigo de medalhões como Thiago Neves e Fred, atletas que já trabalhou e conquistou o Brasileiro de 2012 pelo Fluminense. Chega num momento difícil onde o elenco não conseguiu se adaptar ao estilo direto do antigo técnico Rogério Ceni e sua principal missão será apaziguar os ânimos e motivar o grupo, pois taticamente seus últimos trabalhos deixaram a desejar. Nesse ano, trabalhou até maio no Flamengo, quando pediu demissão após intensa cobrança da torcida pela sua saída, um dos motivos era o fraco desempenho e a recusa em utilizar o uruguaio Giorgian De Arrascaeta. Contudo, seus números foram bons. Em 30 jogos, foram 18 vitórias, 7 empates e 5 derrotas, 56 gols marcados e 27 sofridos, um aproveitamento de 67,8%. Conquistou o Carioca, classificou o clube pras oitavas da Libertadores e venceu o Corinthians por 1×0 no 1º duelo das oitavas de final da Copa do Brasil. No Brasileiro, comandou até a 6ª rodada, conquistou 10 pontos e deixou a equipe em 6º (3 vitórias, 1 empate, 2 derrotas | 11 gols marcados, 9 sofridos).
No Fluminense, Abel conquistou uma Taça Rio e comandou o tricolor durante todo o Brasileiro de 2017, terminando na 14ª posição, com 11 vitórias, 14 empates e 13 derrotas (41% de aproveitamento). No ano seguinte, deixou o clube após 12 rodadas do Brasileiro na 12° colocação com 14 pontos, dois acima da zona de rebaixamento.
Abel Braga na sua terceira passagem pelo Fluminense (2017/2018):
109 jogos
43 vitórias
29 empates
37 derrotas
165 gols marcados (1,5 G/J)
129 gols sofridos (1,1 G/J)
48% de aproveitamento
Seus números e principalmente comentários de profissionais que acompanharam sua passagem pelos dois clubes indicam que em ambos o trabalho foi regular, apesar dos bons indicativos no Flamengo, é bom lembrar que foram vários jogos pelo Carioca e sua equipe levou gols em 22 dos 30 jogos sob seu comando. Muitas das críticas pesam justamente no pouco repertório tático, principalmente na parte ofensiva, com suas equipes dependendo exaustivamente de talentos individuais, cruzamentos ou lateral longo pra área.
Após trazer seu retrospecto, vamos falar do nosso contexto. Pouco importa a parte tática ou longo prazo, nosso foco é não ser rebaixado. Abel tem currículo, peso e malandragem pra lidar com jogadores mimados e salários atrasados. Seu contrato vai até dezembro de 2020 e não existe multa por opção do treinador. Certamente não é o nome que sonhamos, mas é o que precisamos para o momento. Não há tempo para testes, a diretoria está fechada com os principais medalhões e não dará respaldo para mudanças drásticas e a reação precisa ser imediata. Por tudo isso, o nome de Abel acaba sendo coerente para a ocasião. Que sua experiência seja suficiente para salvar um gigante de uma mancha irreparável. Reage, Cruzeiro.
#MeDibre