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Cruzeiro

Agente de jogar responde a deputado após comentário desrespeitoso

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FOTO: BERNARDO MOTA / ALVERCA

Na tarde desta segunda-feira (6) o Cruzeiro contratou o atleta João “Choco” para o time de juniores. O atleta de 18 anos veio por empréstimo de um ano, sem custos ao Cruzeiro e com 50% dos direitos econômicos do seu passe fixado (você pode conferir a matéria sobre o atleta clicando aqui). Entretanto, o fato do agente do atleta ser Bruno Vicintin, ex-vice-presidente de futebol do Cruzeiro, não agradou ao deputado Léo Portela (PL) que zombou da contratação do atleta e até de suas características físicas.

FOTO: REPRODUÇÃO / TWITTER

O tweet do deputado repercutiu e gerou um debate com torcedores, que cobraram do deputado coerência às críticas feitas. A repercussão chegou até o agente e ex-dirigente Bruno Vicintin, que respondeu o deputado através de uma nota enviada à toda imprensa. Na carta, Vicintin ressalta que sempre trabalhou “de forma voluntária, sem receber um centavo do Cruzeiro. Várias e várias vezes tirando dinheiro do meu próprio bolso para amparar o clube, inclusive este ano.”

Léo Portela, que é amigo pessoal de Sérgio Santos Rodrigues e um dos seus principais apoiadores na rede social, vem fazendo diversas críticas também ao modo em que o conselho gestor vem conduzindo o clube.

Confira na íntegra a nota de Bruno Vicintin enviada à imprensa:

“Fui surpreendido hoje com um ataque leviano de cunho pessoal do deputado Leo Portela, no Twitter, sobre uma negociação envolvendo um atleta do Alverca para o Cruzeiro, no mesmo dia em que o Alverca também anunciou o empréstimo do zagueiro Hiago para o sub-20 do Atlético Mineiro. Uma negociação simples, que não envolveu nenhum valor financeiro. Inclusive, o Cruzeiro não pagará salários do atleta enquanto durar a paralisação das atividades por conta da pandemia de Covid-19.

O Cruzeiro é o meu clube de coração, onde trabalhei seis anos de forma voluntária. Acredito que o clube precise de paz e de ajuda para se reconstruir. Brigas e acusações políticas já nos levaram à ruína. Se não pararem, continuarão a implodir o clube. Da minha parte, não sou candidato a nada no Cruzeiro e nem tenho interesse em voltar. Trato meus negócios atuais do ramo do futebol de forma profissional, independentemente do clube para o qual torço. Em um momento em que o Cruzeiro não tem caixa, declarar guerra a qualquer agente ou investidor que possa ajudar o clube demonstra total amadorismo, em se tratando de futebol.

Muito me chateia receber do clube que foi meu rival em campo maior receptividade e interesse em investimentos do que do próprio Cruzeiro. O senhor Leo Portela não deve conhecer a minha história, de luta, títulos e identificação com o clube. Sempre trabalhei de forma voluntária, sem receber um centavo do Cruzeiro. Várias e várias vezes tirando dinheiro do meu próprio bolso para amparar o clube, inclusive este ano.

O Cruzeiro precisa de paz. Não conheço o deputado Leo Portela e me assusto com suas acusações. Se o atleta João Choco vai jogar bem ou não, só depende dele. O estafe do jogador, composto inclusive pelo senhor Zé Maria, empresário do melhor goleiro do mundo, Alisson, da Seleção Brasileira, acredita no potencial do Choco e na grandeza do Cruzeiro. O clube tem que trazer para perto essas pessoas, e não afastar com ilações sem embasamento técnico. Aliás, uma simples contratação de empréstimo não remunerado para a equipe sub-20 do Cruzeiro chegou a ser capa do site A Bola, um dos maiores de Portugal, colocando o clube em destaque internacional. É algo além de acusações bobas que não ultrapassam o Curral Del Rey.

Como disse, não conheço o deputado Leo Portela e acredito que ele nunca tenha trabalhado com futebol. Ele não deve saber a importância que é para um jovem negro de periferia chegar a um clube da grandeza do Cruzeiro. Se ele vai triunfar ou não, só o futuro irá dizer, mas ele teve que superar muitas coisas para chegar até aqui. Ofender um jovem acusando-o de acima do peso – sem nenhum embasamento técnico para isso – e com ironia infeliz sobre seu apelido não só joga contra o sonho deste jovem, como de seu empregador, e reforça preconceitos que precisam acabar no futebol.

Bruno Vicintin”