AINDA FALTAM 90 MINUTOS. FOCO TOTAL

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FOTO: CRUZEIRO E.C./ FLICKR OFICIAL

Clássico é mobilização e concentração total. Todas as vezes que um lado está mais fraco, geralmente é o momento que ocorre superação. Cansamos de ver o Cruzeiro chegar desacreditado nos clássicos, com o lado de lá esbanjando favoritismo e saírem derrotados. O inverso também já ocorreu. É manter os pés no chão e jogar com seriedade pra buscar essa semifinal pelo quarto ano consecutivo.

Uma coisa interessante que estou reparando por parte da torcida nesse clássico de quarta é que não tem oba oba. Todo mundo está focado, esperando pra comemorar na hora certa. Durante as finais do Mineiro o sentimento de que seria fácil atrapalhou um pouco. Tivemos dificuldade. Naqueles dois jogos, apesar de vencer o primeiro confronto e empatar o segundo, não tivemos vida fácil. O adversário vinha de demissão de técnico, eliminação na Libertadores e grande parte da torcida dava como certa a conquista do título. Não foi bem assim e o rival conseguiu igualar na superação. No final, venceu o melhor, apesar da grande dificuldade.

Em outras épocas me lembro de situações semelhantes. Em 2010, brigávamos pelo título Brasileiro e encaramos o rival pela 31ª rodada, no Parque do Sabiá. Empatados em número de pontos com o Fluminense (54), que liderava, encaramos o rival uma posição acima da zona de rebaixamento. Resultado? Chegamos a estar perdendo o jogo por 4×1, encostamos no placar (4×3), mas não foi suficiente. Perdemos o jogo.

O exemplo mais emblemático de superação em um clássico é o inesquecível 6×1. Poderíamos ter nossa história manchada pra sempre com o rival nos rebaixando a segunda divisão, na última rodada do Brasileiro de 2011. A mobilização do time pra esse jogo foi total. Enquanto o outro lado – já livre da degola – comemorava, tirava sarro e achava que seria tranquilo, o foco no lado azul era absoluto. O fim dessa história vocês já sabem, mas não custa lembrar. Um show de Roger, Anselmo Ramon e Wellington Paulista atormentam a mente do atleticano até os dias atuais.

Entre 2015 e 2016 emplacamos uma sequência de invencibilidade no Independência sempre com um time inferior em relação ao rival e passando por momentos conturbados. O 3×1 de 2015 com Luxemburgo no comando inaugurou a sequência, passando pelo 1×0 com gol do Rafael Silva e o elétrico 3×2, de virada, sob o comando de Paulo Bento. Em todas essas vezes o adversário era favorito, achou que venceria sem esforços e perdeu.

O último jogo também teve como tempero extra do clássico um cenário totalmente favorável ao atlético. Com o Cruzeiro atravessando sua pior crise institucional da história tendo dirigente afastado, polícia fazendo busca e apreensão na sede, salários atrasados e nove jogos sem vitória, a crença dos atleticanos era que fechariam nosso caixão. Novamente, a camisa cinco estrelas pesou e massacramos por 3×0.

Pedro Rocha está pronto. Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Bom, todo esse flashback serve para mostrar que futebol se decide dentro de campo. Não adianta contar vantagem antes da hora, ainda mais num clássico. Vence quem encara a partida realmente como uma guerra. Não tem como entrar 70 ou 80%, é 1000% em busca do objetivo maior. Podemos alcançar a incrível marca de chegar à semifinal pelo quarto ano consecutivo na Copa do Brasil, além de uma premiação de R$ 6,7 milhões, fundamental para manter os salários em dia. É muita coisa em jogo. Vamos fortes.

#MeDibre

 

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