”Wagner Antônio Pires de Sá, 76 anos, é formado em economia. Trabalhou na Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (CEMIG) e na Secretaria da Fazenda do Governo de Minas Gerais, quando participou das negociações que trouxeram a FIAT para Minas Gerais. Depois, foi nomeado assessor econômico da Vale, então Vale do Rio Doce. Presidiu a Fundação Vale do Rio Doce no período em que esteve na companhia. Hoje, é sócio-diretor da Lagos Indústria Química, empresa produtora de carbonato de cálcio, localizada em Arcos, Região Centro-Oeste de Minas Gerais.”
”…foi diretor de planejamento na gestão de Benito Masci. Em 1992, se tornou conselheiro nato do clube. Participou por nove anos do Conselho Fiscal, durante as presidências de Zezé e Alvimar Perrella, sendo três deles como presidente. Em 1966, a pedido de José Francisco Lemos, Wagner foi autor do Plano Diretor econômico-financeiro para viabilizar a continuidade e construção da Sede Campestre do Cruzeiro.” – FONTE: Superesportes
A formação em economia, experiência em administração e o fato de ser um empresário bem sucedido chamaram a atenção quando Wagner Pires de Sá foi eleito como presidente do Cruzeiro. Parecia ser o nome ideal para organizar os problemas administrativos do clube. Esperança de maior organização, profissionalização, redução dos gastos e o fim dos problemas financeiros.
A ”era Gilvan” ficou marcada por muitos acertos, que renderam 3 títulos nacionais em 6 anos (sendo que quase conquistou um bi da Tríplice Coroa em 2014) , e também por muitos erros, que renderam duas temporadas medíocres em 2015 e 2016 e um aumento da dívida. Entre os erros podemos citar alguns: centralização do poder, contratações equivocadas, algumas péssimas escolhas de profissionais do futebol e a relação obscura com a Gênio Sports (do famigerado empresário Genivaldo dos Santos). Wagner Pires de Sá e seu currículo pareciam perfeitos para corrigir o que estava errado.
Mas em seus primeiros 6 meses de mandato, Wagner Pires se mostrou mais do mesmo. A ”profissionalização” que se esperava? Começou entregando o departamento de futebol nas mãos de Itair Machado, que nunca teve ligação nenhuma com o Cruzeiro. Entregaram um dos maiores clubes do continente para um profissional o qual a única experiência com futebol é como dirigente de um time do interior de Minas Gerais. E que recebe um salário superior ao de profissionais do calibre de Alexandre Mattos, por exemplo.
A ”redução de custos” que se esperava? O Cruzeiro nunca ”criou” tantos cargos remunerados. Muitos são ocupados por conselheiros (que NÃO DEVIAM SER REMUNERADOS, de acordo com o estatuto), parentes de conselheiros, amigos, amigos dos amigos e por aí vai. O clube virou um cabide de empregos, o custo operacional será maior do que nunca.
Temos um presidente graduado em economia, porém nenhuma dívida foi resolvida. O Cruzeiro além de ser um dos times que mais gastaram em 2018, em 6 meses já contraiu 3 novas dívidas, algumas já na justiça: Atlético-MG cobra R$ 10 milhões pelo Fred, o Flamengo cobra R$ 4,8 milhões pelo Mancuello e o Botafogo cobra R$ 800 mil pelo Bruno Silva. Some à isto um empréstimo bancário feito pelo Cruzeiro, no valor de R$ 50 milhões no mês de janeiro. Não limpamos o nome do clube, as dívidas da gestão passada ainda existem e ainda AUMENTAMOS A DÍVIDA EM R$ 65,6 milhões, no mínimo (fora juros e correção). EM APENAS 6 MESES. E pode aumentar, pois o vice-presidente remunerado Itair Machado disse em coletiva que ainda teremos contratações.
Saiu Gênio Sports, entrou Anderson Nassrala (amigo de Itair Machado e empresário de Halef Pitbull, que nunca jogou com a camisa do Cruzeiro e inexplicavelmente teve seu contrato renovado até 2022 antes de ser emprestado ao Ipatinga). A dívida ao invés de diminuir, está aumentando. Ao invés de reduzir custos, o Cruzeiro virou um cabide de empregos.
É Wagner Pires, você é uma figura decorativa. Você e seu currículo de nada serviram ao Cruzeiro até agora. O torcedor não sabe nem se você está na sede trabalhando todos os dias. Em 6 meses, quantas coletivas ou entrevistas você deu? É você o responsável pelo nepotismo que acontece no clube? Este aumento da dívida e dos custos, passou pela sua mesa? O vice-presidente remunerado Itair Machado é quem toma as decisões no Cruzeiro ou é você? Se for você, teremos que dividir as cobranças, não pode ser só ele o responsabilizado. Se é você, por que apenas ele responde pelo clube?
E você conselheiro (que ainda não ganhou cargo no Cruzeiro ou não tem parentes empregados no clube), se puder tirar uns minutinhos do seu dia para refletir na coluna de hoje, talvez te motive a tomar alguma ação, fazer algo além de ir passear na sede campestre. Represente os 10 milhões de torcedores do Cruzeiro. Senão será cúmplice de tudo o que está acontecendo. Aproveite e veja se está tudo bem com o nosso presidente, estamos preocupados. Não temos notícias dele há muito tempo.
#VamoQueVamo
FOTO: Cruzeiro/Divulgação