
FOTO: FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
"Nosso objetivo é devolver o Cruzeiro a Série A e perseguir o Mundial". Wagner Pires de Sá.
Foram com essas palavras que o atual presidente, responsável pelo inédito rebaixamento do Cruzeiro Esporte Clube, iniciou sua fala no Globo Esporte, onde deu entrevista no dia de hoje. Sinaliza que não só pensa em continuar como também estender seu mandato, afinal de contas, para “perseguir o mundial” seria preciso ter uma reeleição, pois sua (des)governança encerra-se no ano que vem. O máximo que poderia ocorrer estando na Série B é conquistar a Copa do Brasil e garantir vaga na Libertadores de 2021 e que, em tese, será outro presidente. Wagner Pires não entende que sua continuidade é a representação do atraso que assola o clube. O torcedor não aceita mais essa velha política.
Wagner Pires de Sá desde o início de sua gestão não mostrou compromisso administrativo e financeiro. Entregou a maior Instituição de Minas Gerais nas mãos de Itair Machado, com direito a procuração para assinar e responder pelo clube na demonstração mais clara de que, na prática, ele seria o presidente. Contratou uma das mais conceituadas empresas de auditoria no mercado (Ernst & Young) e não seguiu absolutamente nenhuma de suas diretrizes indicadas para tornar o clube sustentável. Pelo contrário. Uma estrutura de perpetuação de poder foi criada com pelo menos 27 profissionais entre funções diretivas ou importantes nos departamentos de futebol, marketing, comercial, categorias de base e nas sedes sociais. É possível conferir tudo isso clicando aqui.
A atual gestão herdou um time campeão da Copa do Brasil com ativos importantes na base para poder equilibrar as contas do clube que foram de certa forma negligenciadas na gestão Gilvan, principalmente os imbróglios na Fifa. Logo no início, recusaram proposta de R$ 12 milhões por Thiago Neves, outra de mais ou menos R$ 15 milhões do futebol italiano pelo zagueiro Murilo e, a mais emblemática, uma suposta oferta de 25 milhões de reais pelo velocista David que, naquela oportunidade, encontrava-se lesionado e nunca se firmou no clube. Pelo contrário, gastaram ainda mais com contratações que não deram retorno técnico como Edílson, Bruno Silva, Mancuello e Fred, além de aumentarem a folha de pagamento ao ponto de superar a do Flamengo, dando aumentos desenfreados para jogadores, bichos até para diretores e salários fora da realidade de mercado para conselheiros e outros funcionários. A conta chegou, assim como os escândalos que foram exaustivamente expostos pelo Fantástico e também no Globoesporte.
Nem mesmo a premiação pela conquista do hexa da Copa do Brasil (com 10 titulares da era Gilvan, é bom lembrar) e a venda do uruguaio Arrascaeta foram suficientes para estancar o rombo produzido pela gestão Wagner Pires de Sá. Segundo o gestor de futebol Zezé Perrella, a dívida do clube ultrapassa os R$ 700 milhões e os passivos trabalhistas não param de aparecer. A administração Wagner Pires de Sá trouxe a pior mancha pra história de um clube quase centenário como o Cruzeiro e expôs o que há de pior nas agremiações brasileiras : corrupção, desmandos, irresponsabilidades, populismo e conchavos.
O Cruzeiro se tornou refém de famílias que se acham donas do mesmo, como Zezé Perrella e os Lemos, figuras que o impedem de seguir em frente, mantendo um estatuto arcaico, defasado e que não penaliza o cartola que coloca a integridade financeira da Instituição em risco. O torcedor que anteriormente deu um voto de confiança para esses dirigentes populistas agora sofre com as consequências de suas atitudes. Precisamos ser mais críticos e, principalmente, lutar pela reestruturação do clube. Esta passa, fundamentalmente, pela renúncia de Wagner Pires, Zezé Perrella e toda sua corja, além de uma severa reforma estatutária abrindo às portas da Instituição para sua torcida ter voz ativa e participar de suas decisões.

Nunca se esqueçam dos responsáveis pela atual situação. Eles seguem no clube, doidos para que a torcida deixe de notá-los.
#MeDibre