FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
O técnico Felipe Conceição já havia conseguido, via Justiça do Trabalho do Pará, liminar favorável ao fim do vínculo trabalhista junto ao Cruzeiro oficializada pelo ex-clube, junto à CBF e à Federação Paraense de Futebol. O técnico assumiu o Remo, mas não teve a rescisão de contrato publicada pela Raposa no BID, o que o impedia de comandar o clube a beira do gramado. Agora, a CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas) determinou prazo de 24 horas para o clube celeste publicar no BID da CBF o fim do vínculo entre as partes, o que já aconteceu na manhã desta quarta-feira.
No início dessa semana, conforme divulgado pela Rádio Itatiaia, Felipe Conceição ingressou na CNRD alegando que a rescisão do seu vínculo de trabalho com a Raposa ainda não teria sido publicada como uma tentativa de burlar a regra da limitação de troca de técnicos no Campeonato Brasileiro. O clube teria proposto a assinatura da rescisão mediante o reconhecimento de que a saída em “comum acordo”, fato que não foi aceito pelo técnico. Com a decisão, apenas funcionários que estejam no clube há pelo menos seis meses poderão assumir o cargo de técnico do clube se uma eventual saída do técnico Mozart Santos ocorrer por demissão. Para buscar outro profissional no mercado, clube e comandante teriam que optar pelo fim do vínculo em “comum acordo”.
Em um ano, gestão de Sérgio Rodrigues no Cruzeiro tem quatro mudanças de técnicos
A decisão da CNRD obrigou o clube a publicar no BID a demissão de Felipe Conceição, o que liga um sinal de alerta em relação a gestão de Sérgio Santos Rodrigues no futebol. Foram cinco treinadores entre 1º de junho do ano passado até agora, sendo que o primeiro (Enderson Moreira) já estava no comando com o início da gestão do dirigente. O trabalho de Felipe Conceição durou 19 partidas. Foram oito vitórias, três empates e oito derrotas (aproveitamento de 47,3%). Acumulou a eliminação na semifinal do Campeonato Mineiro, a lanterna na Série B do Brasileiro e a queda na terceira fase da Copa do Brasil para o Juazeirense.
Primeiro demitido da era “Sérgio Santos Rodrigues”, Enderson Moreira foi retirado do cargo após o empate com o CRB por 1 a 1, no primeiro turno da Série B do ano passado. O treinador comandou o time em 12 partidas. Para o seu lugar, mesmo com enorme rejeição da torcida, foi anunciado Ney Franco. Durou apenas sete jogos. Com o time na zona de rebaixamento para Série C e próximo ao fim do primeiro turno, após vários convites negados, Luiz Felipe Scolari chegou a um acordo para assumir o desafio. O treinador comandou a equipe em 21 jogos. A incompatibilidade de ideias com a diretoria pesou e um projeto que seria de três anos durou apenas três meses.
Mozart Santos é o quinto treinador da atual gestão, após indicação de Rodrigo Pastana, quarto diretor de futebol a iniciar um trabalho no clube no mesmo período. Célio Lúcio, atualmente coordenador de transição, e Juliano Belletti, auxiliar fixo permanente, são nomes aptos a assumirem em caso de nova demissão.