O Cruzeiro foi derrotado por 1 a 0 pelo São Paulo, no Mineirão, pela 26ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Diante de uma equipe reserva do adversário, o time celeste teve uma atuação muito abaixo do esperado e foi vaiado pela torcida presente. Em coletiva de imprensa, o técnico Fernando Seabra reconheceu as falhas, falou sobre as dificuldades em campo e comentou as escolhas táticas que fez durante a partida.
Questionado sobre a ausência de substituições no intervalo, Seabra justificou que Matheus Henrique, um dos titulares, pediu para sair, mas conseguiu continuar em campo antes de ser substituído. O treinador explicou que, em vez de fazer alterações individuais no intervalo, optou por ajustes táticos.
“Nem sempre a gente precisa trocar no intervalo um jogador que não está bem na partida. A gente pode dar a instrução e muitas vezes a solução pode ser algo coletivo, como foi hoje. Diferente do jogo do Atletico-GO que teve um aspecto físico. Nesse momento ele tava condição de seguir na partida e buscamos outro tipo de solução. Os jogadores tiveram 8 jogos em 28 dias. Demos 3 dias de folga. Fizemos um ciclo de 3 dias de treino. Depois treinamos de segunda até hoje. Se a gente faz direto a preparação, fica mais difícil a gente controlar a própria carga.”
Embora o São Paulo tenha entrado com uma equipe reserva, Seabra destacou a qualidade do elenco adversário.
“O elenco do São Paulo é muito qualificado. Existia uma desvantagem caso repetisse a equipe. A estrategia foi colocar um outro time inteiro. Então eles não tiveram só dois dias, esses jogadores já foram treinados pra jogar com a gente. Um fator que causou um pouco de dificuldade foi a linha de cinco, tinhamos vantagem em alguns momentos, conseguimos chegar, mas o São Paulo defendeu muito bem a área. A equipe nos gerou dificuldade com o jogo de bola longa e duelo. Algumas saídas foram no chão, uma parte delas a gente neutralizou, mas eles foram muito felizes no jogo de duelo que eles propuseram. Acho que muito mérito.”
Seabra não fugiu das críticas da torcida e reconheceu a frustração com o desempenho abaixo do esperado. “O time não foi bem coletivamente. Me sinto frustrado por não ter entregue uma qualidade de jogo melhor pra torcida. Dou razão.” O técnico também mencionou que a equipe não soube aproveitar as oportunidades e que houve uma demora nas respostas durante o jogo.
“Precisamos dar continuidade no trabalho. Precisamos fazer as correções, coletivas e individuais, pra que a gente consiga apresentar a qualidade jogo melhor, mais ajustado. A gente esperava que com esse tempo tivemos uma evolução em vários aspectos, mas conforme eu disse, existe um adversário que se preparou bem e tem qualidade. A gente demorou pra ter as respostas durante o jogo.”
O técnico explicou que as saídas de jogadores, como Arthur Gomes, impactaram as opções ofensivas da equipe. “Esse aspecto condiciona as nossas formas de jogar. Contra o Atlético-GO usamos o Barreal e o William, mas nem sempre é possível o lateral atravessar todas as linhas e abrir como um ponta. O Lautaro é um jogador que pode fazer as pontas, mas ele é mais um segundo atacante de movimentação. No final do jogo acabamos utilizando de novo o Pereira flutuando por dentro e o William subindo desse lado. Colocamos o Veron por fora pra fazer combinações com o Marlon. Com essas saídas (Arthur Gomes) perdemos opções. Temos os meninos da base quando for oportuno colocar. O Kenji teve uma lesão e precisamos preparar o Tevis pra ser o jogador capaz de fazer esse tipo de situação.”
Seabra também falou sobre a dificuldade da equipe em quebrar a pressão adversária. “Nossa capacidade de se impor depende de conseguir quebrar essa pressão. Hoje não conseguimos. Faltou um ataque à área mais vigoroso e com mais peso”, pontuou.
Por fim, Seabra foi questionado sobre o baixo desempenho de alguns reforços contratados na última janela de transferência. Nominalmente sobre Walace, jogador que vem atuando de titular no meio de campo, mas não está desempenhando o esperado:
“Cada um deles apresentou em condições diferentes pra entrar em forma. Walace tivemos que ter mais cuidado com a progressão da carga dele. A equipe estava bem adapta a uma estrutura e uma ideia que é diferente que ele vinha atuando a alguns anos na Europa. O processo dele está sendo mais longo sim. É um jogador tecnicamente e por imposição física tem atendido bem, mas hoje não esteve no melhor nível. Nós contamos com ele e vamos trabalhar com ele pra que ele consiga elevar o nível de desempenho dele da melhor forma possível.”