Após nova derrota, Pezzolano assume erros, fala em “pior jogo” e quer mudança brusca para o clássico

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FOTO: CRIS MATTOS / STAFF IMAGES / FLICKR / CRUZEIRO

Após a derrota do Cruzeiro por 1 a 0 contra o Pouso Alegre, pela quarta rodada da fase classificatória do Campeonato Mineiro, o técnico Paulo Pezzolano não poupou palavras fortes em sua coletiva após o jogo. Promovendo mudanças na equipe titular e fazendo substituições ainda no primeiro tempo, o treinador comentou sobre uma possível leitura errada do jogo e os problemas apresentados pelo time em campo.

Pezzolano chegou a ressaltar uma opinião que foi difundida entre os torcedores e os comentaristas do jogo, de que a partida teria sido a pior da equipe enquanto treinador da Raposa e que será necessário corrigir, o quanto antes, problemas apresentados no duelo desta terça-feira (7) já pensando no próximo jogo, o clássico contra o Atlético-MG.

O técnico também comentou sobre a necessidade de reforços para a equipe na disputa da Série A do Campeonato Brasileiro, principal objetivo da temporada e comentou as manifestações da torcida – vaias e gritos de “time pipoqueiro” – após o término da partida.

Confira os principais pontos da coletiva de Paulo Pezzolano:

“O jogo foi, falando assim, o pior jogo que eu tive aqui no Cruzeiro, está bem? Isso primeiro. Depois quisemos colocar alguns jogadores que faltam entender o estilo de jogo, trabalhar mais. E foi errado. Eu errei. Às vezes buscando algo melhor, você comete erros que são piores. Acontece. Mas a culpa é 100% minha. O bom para o Cruzeiro é que dá para pensar. Eu como treinador, a diretoria tem que pensar muita coisa para frente, os jogadores tem que crescer dia a dia. A culpa é do treinador e hoje eu errei. Errei e jogamos mal. O Cruzeiro não se pode permitir perder um jogo contra o Pouso Alegre.”

“Quem não tem vontade de vestir, no dia a dia, a camisa do Cruzeiro, não pode estar no Cruzeiro. Isso se trabalha dia a dia. Agradecer dia a dia quando se chega na Toca da Raposa. Quantos treinadores não queriam estar aí? Quantos jogadores não queriam estar aí? Quanta gente que trabalha que queria estar aí? Quando você chega na Toca da Raposa, se não levantar a moral só por estar ali, já está errado. Depois é o trabalho. Isso é trabalho. Neste momento, da porta pra dentro, trabalhar muito e mostrar para a torcida no próximo jogo. Temos seis dias para trabalhar e dar tudo nesse jogo. Se ganhamos, a torcida volta a acreditar no Cruzeiro.”

Sobre os atuais resultados

“Pensando bem nisso. Aqui no Cruzeiro temos uma maneira diferente de pensar. Trabalho dia a dia, se vai construindo em médio e longo prazo. Compactou em 100% com a direção nisso, estamos nos preparando para o brasileiro, 100% isso. Quando ganhamos, falamos o mesmo. Mas você sabe que para mim, perder ou ganhar troca muito minha maneira de pensar. Eu quero ganhar. E se perco jogando melhor que o rival, aguento. Mas hoje não fui feliz. Perdemos e não tivemos uma jogada de gol clara, não tem desculpa. Eu gosto de ganhar. Ainda vão chegar mais jogadores, tudo bem. Mas eu quero ganhar.”

Setores que preocupam mais em campo

“Todos. Hoje vimos que temos que trabalhar tudo. Na construção, no ofensivo, no defensivo. O jogo demonstrou isso. Mas é o que falo: é trabalho. Se falta trabalho, como demonstramos hoje, é minha responsabilidade.”

Necessidade de reforços

“Posso dizer tudo que você pensa. Mas quando você perde, tem muitos detalhes de todos os lados, não só o trabalho. Capaz que falte compor mais o elenco, mais hierarquia também, tudo o que você pensa que está faltando. O trabalho que eu me dedico 100% está faltando. Hoje se mostrou que a equipe não está bem trabalhada. É o que compete a mim e vou fazer para o próximo jogo.”

Substituições no primeiro tempo e saída de Wallisson

“Porque ele (Wallisson) ainda tem que entender mais o tático. É um menino que tem vontade, coragem, fisicamente é uma “bestia“, mas ainda tem que entender mais o que nós queremos. Ele não sabia se posicionar bem dentro do campo no que necessitamos. Então a equipe não estava bem arrumada. É um jogador que no médio e longo prazo tem um futuro impressionante, porque ele fisicamente é uma “bestia“, mas tem que entender mais o posicionamento dentro de campo. Mas o erro não foi dele, foi meu. Eu li mal o jogo antes de comentar.”

Sobre as vaias e cobranças da torcida

“Posso falar para o torcedor, que eu estou agradecido de chegar aqui. O que eles empurram é impressionante. E temos que saber que estamos num clube gigante. E num clube gigante, se exige. Pronto. Não se pode perder contra o Pouso Alegre. Temos que assumir essa responsabilidade. Sabemos que o torcedor não tem memória e tem que ser assim. É um time gigante, tem que ganhar todos os jogos, é a história do Cruzeiro. Hoje estamos em reconstrução e tudo, mas eles não vão entender. É paixão. Por mais que sejamos claros, não vão entender porque é paixão. Eles cobram. Uma torcida exigente. E se você é ganhador e gosta de crescer, tem que gostar dessa exigência para crescer. No próximo jogo temos que correr o dobro e fazer melhor que hoje, sem dúvida. Temos que conquistar isso.”

Nível do time para o clássico

“Como chegamos? Está difícil. Depois do jogo de hoje, está difícil dizer como chegamos. Não chegamos numa boa maneira. Vamos trabalhar para que no clássico se veja tudo ao contrário do que se viu hoje. E depois da possibilidade de ganhar, são 33%. São três resultados. A mesma possibilidade de ganhar que eles. Depende de nós, isso é o bom do futebol, depende de você. E se não ganharmos, vamos ser cobrados, porque temos uma torcida gigante, tem que assumir, se não não podemos estar no Cruzeiro.”

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