FOTO: IGOR SALES / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
Na noite desta terça-feira (25) o conselho deliberativo do Cruzeiro se reunirá para votar se aprova ou não o balanço financeiro do Cruzeiro referente ao exercício de 2019. O demonstrativo contábil, que irá trazer o déficit de quase R$400 milhões, foi auditado pela empresa Moore e teve em seus números finais valores contemplados pela investigação da empresa privada Kroll, que mostraram o rombo causado pela gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá.
Com um crescimento de 539% referente ao ano de 2018 – onde o clube já havia apresentado um déficit recorde de R$73 milhões – o balanço de 2019 aponta que o prejuízo ao clube foi superior ao de R$1 milhão por dia. R$394 milhões de reais é o déficit do exercício de 2019 – ano que explodiu a maior crise da história quase centenário do clube e que terminou com o rebaixamento para a segunda divisão do campeonato brasileiro. Você confere toda análise do balanço clicando aqui.
Diante do cenário de pandemia causado pelo novo coronavírus, o governo federal aprovou uma medida provisória que permitiu aos clubes postergar o prazo para realizar a aprovação dos seus demonstrativos financeiros, sem gerar sanções à instituição. Ainda sob os efeitos da crise sanitária, a portaria da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional nº 1876 de 30 de julho de 2020 pode ajudar o Cruzeiro a refinanciar suas dívidas com a União e ser reintegrado ao PROFUT, aliviando as execuções fiscais e dando sobrevida financeira ao clube.
Para que o Cruzeiro tenha a chance de ser inserido novamente ao PROFUT, além de todo trabalho necessário a ser feito pelo departamento jurídico, uma das normas é que o clube apresente o balanço financeiro devidamente aprovado, do contrário, sua participação em qualquer programa de refinanciamento com a União não será aceita. E é diante desse cenário que a atual diretoria do Cruzeiro tem a urgência em realizar a votação e a aprovação.
Opiniões contrárias
Mas, é preciso ressaltar que esse entendimento não é unanimidade no clube. O “Grupo Independente” formado por conselheiros do Cruzeiro, liderado pelo conselheiro nato Luiz Carlos Rodrigues – um dos candidatos derrotados no pleito da mesa diretora do conselho deliberativo – soltou uma nota dizendo ser contra a aprovação do balanço. A justificativa seria de que a reprovação colocaria em xeque o papel do antigo conselho fiscal, presidido por Paulo César Pedrosa – atual presidente do conselho deliberativo – o que levaria o caso para uma possível exclusão do mesmo.
Na carta, o “Grupo Independente” não abordar qualquer outra consequência da reprovação ou apresentar qualquer resolução para os problemas que podem vir a partir dessa decisão.