
FOTO: BRUNO HADDAD / CRUZEIRO
Inacreditável. Não tem outra palavra que classifique o resultado de um jogo que tinha tudo pra ser da redenção. Ao marcar aos 35′ do segundo tempo com Orejuela, o Cruzeiro esteve perto de, finalmente, sair da zona de rebaixamento. Contudo, um erro crasso, juvenil e irresponsável do Egídio, três minutos depois do gol, num momento que Abel Braga já preparava a entrada de Ariel Cabral para dar equilíbrio ao time, colocou tudo a perder. Falha imperdoável de um veterano que há muito tempo vem comprometendo o time com erros de posicionamento, tempo de bola, passes e tomadas de decisão. Até quando, Abel? Dodô, 2º melhor lateral esquerdo do Brasil em 2018, segue no banco. Egídio é um dos atletas mais vitoriosos que passaram pelo Cruzeiro nos últimos anos, mas o ciclo acabou. Que seja feliz em outro lugar.
Com os empates em casa de Ceará e Fluminense contra Vasco e Chapecoense, respectivamente, o Cruzeiro tinha a faca e o queijo na mão para se ver livre da zona do descenso. Ao receber o Fortaleza que desde o retorno do Rogério Ceni ainda não havia somado pontos fora de casa (2 jogos, 2 derrotas) dependia apenas de si. Era vencer e respirar. O time desde o início pressionou o Fortaleza em seu próprio campo, criou mais oportunidades e, como sempre, falhou em concluí-las. No primeiro tempo, Thiago Neves teve uma chance incrível cara a cara com Felipe Alves após bom cruzamento de David e parou no goleiro. Ao optar por uma linha de frente com Thiago Neves, Robinho e Fred, Abel mantém um time lento, previsível e pouco móvel no ataque, contando com espasmos de criatividade do contestado David. Sem Ederson, perdemos muita capacidade de infiltração e associação por dentro.
No segundo tempo, Marquinhos Gabriel entrou na vaga de Jadson e Robinho foi pro meio campo. A ideia era dar mais velocidade no ataque. O primeiro tempo acabou com 6 finalizações do Cruzeiro contra 1 do Fortaleza e os 45 minutos finais não foram diferentes. Era pressão azul o tempo inteiro, com o adversário acuado, apostando em contra-ataques que não surgiam. Foram 13 finalizações totais na etapa final, com direito a bola na trave de Marquinhos Gabriel. Quando Orejuela, finalmente, conseguiu abrir o marcador, entrou o protagonismo reverso de Edígio. O lateral, que foi um dos piores em campo, somou 26 perdas de posse, acertou apenas 2 de 16 cruzamentos tentados e errou o passe crucial que originou o gol do adversário. Quando era o momento de isolar a bola e cozinhar o jogo, entregou a paçoca.
Com o resultado, perdemos a grande chance de somar três pontos fundamentais na guerra contra o rebaixamento. Não podemos aliviar pros veteranos, principalmente pro grupinho que liderou o boicote ao antigo treinador. Hoje, Robinho, Thiago Neves, Fred e Egídio não foram cumprimentá-lo, os mesmos que há muito tempo não apresentam um futebol que justifique a titularidade incontestável e que, novamente, fizeram um péssimo jogo. Até quando serão titulares? Sei que Abel chegou pra apaziguar a patota, mas quero o melhor pro clube, não pra eles. Olha, nunca torci tanto para o ano acabar e se ver livre do rebaixamento, pois estou esgotado emocionalmente com esse time e, principalmente, com esses nomes. Hoje o time mereceu vencer, mas infelizmente erros imperdoáveis foram cometidos. Passaremos mais uma rodada na zona maldita.
#MeDibre