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Associado, ex-assessor da presidência e ex-diretor social do clube do Barro Preto, Alexandre Comoretto, figura conhecida nos corredores e mesas do Cruzeiro, popularmente conhecido como “Gaúcho”, acionou o Cruzeiro na justiça do trabalho na última quarta-feira (14). A informação inicial foi dada pela rádio Itatiaia e o DMD também teve acesso ao processo. O ex-funcionário, demitido em janeiro de 2020 pelo Conselho Gestor, acionou o clube cobrando salários e outros direitos trabalhistas não pagos, além de multas e até do reembolso do evento “Churrascão do Cruzeiro” que não ocorreu por conta da pandemia.
De acordo com a inicial, Gaúcho tinha um salário de R$25 mil e após a demissão, não teve seus atrasados acertados, além das verbas rescisórias, aviso prévio e FGT, todos os valores devidamente descritos e devidamente corrigidos. O valor da causa da ação é de R$461.472.93. Outro fato que chama a atenção na inicial, é que o próprio Gaúcho pede honorários de sucumbência – ou seja, que o Cruzeiro pague pelas custas processuais – sendo ele mesmo o próprio advogado. É preciso ressaltar que isso é uma prática legal.
Diretor e praticante do time de bocha do Cruzeiro, Gaúcho se tornou figura notável após diversas polêmicas envolvendo seu nome ao longo da gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá. No dia 7 de abril de 2019, apareceu sentado junto do então presidente Wagner, Zezé, Alvimar e Gustavo Perrella, Itair Machado, Sérgio Nonato e na publicação em seu facebook mostrando que já havia articulação para uma reeleição da diretoria em 2020.
Pouco tempo depois, um áudio viralizou em grupos de whatsapp ligados a conselheiros e torcedores, em que Gaúcho defendeu a gestão de Wagner Pires de Sá, dizendo ser a “melhor gestão do futebol brasileiro”. É preciso ressaltar que as denúncias de irregularidades, os processos e a prática de uma possível gestão temerária já haviam sido denunciadas, tanto aqui no portal Deus me Dibre, quanto em outros veículos de imprensa.
Gaúcho também ficou marcado pela distribuição de ingressos “cortesia” durante a gestão Wagner. Não era difícil vê-lo andando pelo clube do Barro Preto com grande quantidade de ingressos para jogos. Uma sindicância do clube em maio de 2020, apontou que o então assessor da presidência recebeu mais de 52 mil ingressos para serem distribuídos entre 2018 e 2019. Na época, Gaúcho se defendeu dizendo que atendia a “demandas institucionais, sociais e políticas” do clube.
Outro caso em que o nome de Alexandre Comoretto apareceu foi quando o conselheiro Alysson Caires sofreu uma tentativa de agressão após um jogo do Cruzeiro, no Campeonato Brasileiro de 2019. O conselheiro se posicionou para uma entrevista à rádio Itatiaia. O fato foi relatado pelo próprio Alysson: “estava dando entrevista para o Thiago Reis, antes mesmo de começar, o Gaúcho (Alexandre Comoretto) já se aproximou e ficou me ouvindo, me encarando. Estava ele e alguns seguranças do clube. A medida que eu falava, ele se exaltava. E tentou avançar pra cima de mim.”
Você pode conferir todos os fatos citados em matérias da época:
“Melhor gestão do futebol brasileiro” diz funcionário – 22/7/2019
Conselheiro sofre tentativa de agressão – 6/10/2019
Farra dos ingressos no Cruzeiro: documentos revelam retirada de quase 80 mil ‘cortesias’ na gestão Wagner – 18/5/2020