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CEO do Cruzeiro, Gabriel Lima fala sobre Mineirão, Minas Arena, Independência e mais

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FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR / CRUZEIRO

As relações entre Cruzeiro, Minas Arena e o governo do Estado de Minas Gerais, no que diz respeito ao uso do Mineirão como casa da Raposa em 2023, seguem sendo a principal pauta neste início de temporada. Depois da manifestação da Minas Arena, do próprio Ronaldo Fenômeno e do Secretário de Infraestrutura do Estado, Fernando Marcato, agora foi o CEO do Cruzeiro, Gabriel Lima, quem respondeu e explicou o posicionamento do clube.

Em entrevista ao Canal SV, do jornalista Samuel Venâncio, junto ao editor chefe do Deus Me Dibre e do jornalista Gleyson Lage, Gabriel respondeu a diversos questionamentos sobre a situação do Cruzeiro junto a Minas Arena, como aconteceu esse rompimento nas negociações, a decisão pelo Independência e a projeção do futuro do clube, tanto no curto prazo, como no longo prazo, em relação a estádios.

Confira nos tópicos abaixo os principais pontos abordados pelo dirigente do Cruzeiro sobre a situação entre o clube e todo o imbróglio com a concessionária do Mineirão:

Decisão por romper com o Mineirão para 2023

“Eu quero deixar claro que nosso movimento, a fala do Ronaldo, não é um movimento político. A gente não quer ‘fazer pressão’ em ninguém, não quer discutir o contrato publicamente, a gente acredita que os contratos tem que ser transparente, mas eles tem que ser discutidos de maneira privada. Eu não gosto dessa discussão pública.”

Tentativa de negociar e manter para 2023

“O Ronaldo sempre foi contra a nossa posição, minha e do Enrico, ele sempre achou ruim o contrato. Eu falei pra esperar um tempo, que a gente ia reconstruir essa ponte. ‘Me dá um tempo, me dá esse ano’ ele falou ‘não vai melhorar’. E isso foi motivo de grandes discussões nossas ao longo do ano de 2022, quando, no final das contas, ele estava certo. Desde o início eu fui muito transparente com a Minas Arena, a gente queria uma relação equilibrada. Entendemos que o contrato que tivemos em 2022 não era uma relação equilibrada. Não reconhecia o valor do Cruzeiro.”

Necessidade de aumento de arrecadação

“Não é simplesmente aumentar a arrecadação do Cruzeiro. Óbvio que eu quero aumentar, quero melhores condições e quero receber mais dinheiro pra investir mais no clube. Mas não é só isso. Quero melhorar a condição do próprio Mineirão para o próprio torcedor. Eu acho, por exemplo, que as catracas do Mineirão são uma vergonha. O fato de não ter iluminação de led, é horrível pro espetáculo televisivo. O gramado é horrível e durante vários jogos não esteve em condições. O fato de querer aumentar a arrecadação pro Cruzeiro, não é simplesmente colocar dinheiro no nosso bolso, quero que seja reinvestido no Mineirão.”

A procura do clube com a Minas Arena

“A gente procurou a Minas Arena ao longo de todo o ano de 2022 querendo discutir o contrato. A gente procurou o governo, trouxe o governo pro jogo. Falamos com o Secretário e com o Governador. Trouxemos um operador de renome para conversar com a Minas Arena, nos colocamos à disposição. Chegamos numa solução financeira que diminuía o repasse do governo, aumentava a arrecadação da Minas Arena e deixava o governo satisfeito e ainda tinha o operador. Deixava em 4 partes e deixava todo mundo feliz.”

“A resposta veio no final de dezembro, propondo o mesmo modelo de 2022, ou uma versão de antes da gente entrar. Aí eu falei ‘olha, desculpa, mas esse modelo não atende o Cruzeiro’, eu vou me mover em outra direção. A gente nem veio a público falar disso, porque a gente ainda tava conversando com o Independência, com o América.”

Frustração por não conseguir fechar com o Mineirão

“É extremamente frustrante pra mim, primeiro, porque eu acreditei que conseguiria melhorar as condições pro Cruzeiro, pro governo e pra própria Minas Arena. Mas a gente não foi capaz e adulto suficiente para chegar num denominador comum.” 

Dívida do clube com a Minas Arena e Recuperação Judicial

“Fala-se da dívida com o Mineirão. A Lei da SAF é clara, a dívida é da associação que vai ser tratada na Recuperação Judicial. É super fácil de entender. É só ler, procurar e ter bons assessores. Eles ficam tentando empurrar esse negócio como se fosse um problema nosso. Ao longo de 2022 a gente pagou, regularmente em dia, todos os compromissos que a gente assumiu com a Minas Arena, mesmo sem concordar com o que estava sendo cobrado.”

Isonomia para tratar a situação do Cruzeiro

“Isonomia é tratar os diferentes de maneira diferente. E não tratar todo mundo igual. O Atlético fez seu próprio estádio, vai jogar até um determinado período no Mineirão e depois só fica o Cruzeiro. Quero ser tratado com esse respeito, de que nós somos o único clube que vai jogar no Mineirão a partir de julho de 2023 ou 2024. Ou que vai ter um calendário de jogos ativos, no Mineirão.”

Negociações com o América e escolha pelo Independência

“Ao América eu só tenho palavras maravilhosas, em direção ao Salum, que acolheu a gente. Ele me falou ‘eu jamais vou negar um clube mineiro jogar no Independência, com ou sem contrato’. Então eu tenho o máximo respeito por ele. Meu compromisso com ele eu não vou quebrar.”

Esperança de resolver a situação de forma satisfatória

“Eu tenho esperança de evoluir. Esperança de jogar no Mineirão, que o Cruzeiro possa jogar e que o Mineirão volte a receber jogos de futebol. Não somos contra os shows, tá? São uma fonte de receita, são importantes, mas desde que a priorização, seja do futebol. Simples assim. A esperança existe, eu acompanhei a conferência de imprensa do Secretário (Fernando) Marcato, ele explicou que instauraria esse comitê e nós iremos participar. Não é pressão política, o que a gente quer é ser ouvido e que seja um contrato equilibrado, que seja bom pro contribuinte também.”