CHEGOU O MATA-MATA, E AGORA?

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Que jogo tivemos nesta terça-feira no Mineirão. Para fechar a fase de grupos, essa disputa entre Cruzeiro e Racing valendo a liderança do grupo foi um jogasso, foi lá e cá, momentos de pressão dos 2 times, grandes defesas, bola na trave, tudo que o amante do futebol gosta de ver. Tivemos nos 15 minutos iniciais o Cruzeiro em sua mais pura essência, fazendo aquilo que historicamente sempre fez jogando no Mineirão: amassando o adversário, empurrando o oponente em seu campo de defesa sem deixar nem respirar.

Na blitz inicial da Raposa Baguda vieram 2 gols merecidos, mas do outro lado não tinha qualquer um. Era uma equipe de altíssimo nível e que acordou para o jogo. Seja por mérito do Racing, por opção dos próprios jogadores em campo ou por orientação vinda do treinador, não importa: recuamos, passamos sufoco, mas o time foi maduro e com o apoio de uma torcida dando show, levou a melhor pelo placar de 2×1. Vimos o Henrique fazer sua melhor partida no ano (como cresceu jogando ao lado do Lucas Silva) e mais uma vez ”nevou” em um jogo decisivo: Thiago Neves deixou o dele. Poucos times no Brasil tem um jogador que cresce tanto nos grandes jogos quanto o nosso camisa 30. É o dono do time e estamos assistindo in loco a história de um ídolo sendo escrita.

Pela 10ª vez em 16 edições disputadas, o Cruzeiro se classificou para o mata-mata como líder de seu grupo. Seguimos como o único time brasileiro que nunca caiu na fase de grupos, história é pra que tem. Foi um grande feito depois de um começo decepcionante sem vitórias nos 3 primeiros jogos. E agora começa um novo campeonato, mata-mata é onde se separa os homens dos meninos, os copeiros daqueles que são apenas bons. E cabe analisar onde podemos melhorar, pois agora é a hora dos adultos conversarem na maior competição do continente.

Teremos Arrascaeta para a sequência da Libertadores? (FOTO: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

O Cruzeiro demonstrou até aqui algumas deficiências que se corrigidas, podem nos brindar com uma temporada histórica. Uma delas é a falta de velocistas no elenco. Hoje temos apenas Rafinha, já com 34 anos, como opção de velocidade no ataque. Agora uma pubalgia vai tirar ele dos próximos 2 ou 3 jogos. Quando ele não joga (foi o caso contra o Racing), o Robinho mostra baixo rendimento aberto pela direita e o time sofre tanto atacando quanto defendendo. David é um velocista, porém foi contratado lesionado em janeiro ( (lesão muscular na coxa direita, sofrida na penúltima rodada do Brasileirão 2017 ). Já vamos entrar no mês de junho e até hoje foram apenas 90 minutos jogados e nada de sair do DM. A contratação de um velocista não pode nem ser considerado reforço, é NECESSIDADE.

Outro ponto a se pensar seria um reserva para Thiago Neves. Quando o mesmo se lesiona ou é poupado, não tem opção no banco de reserva para substituí-lo que não mude a estrutura do time. Arrascaeta pode jogar por dentro (apesar de render menos por ali) e abrir o Sóbis na esquerda, já vimos acontecendo. Porém Arrascaeta vai voltar da Copa do Mundo? Uma negociação é quase certa, e quem vai repor a provável saída do uruguaio? Seria o caso de já buscar este jogador, para se entrosar e adaptar ao clube ANTES de começar os jogos eliminatórios. Mais duas posições para equilibrar o elenco.

E o Lucas Silva, vai renovar? O meio-campo virou outro com ele (não entendo como foi reserva absoluto por 16 meses sem nunca ter sequência) e já está mais do que provado que Henrique e Cabral não funcionam bem como dupla. Senão for renovar, teremos Romero ou Mancuello finalmente tendo chances na volância ou vamos contratar? A hora de planejar isso é agora, a Libertadores não permite errar mais.

Lucas Silva: o homem que mudou o meio-campo do Cruzeiro (FOTO: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

O Cruzeiro precisa de ajustes finos para ficar equilibrado, nada muito radical. Mas algo que tem que ser considerado pela diretoria/comissão técnica é a média de idade destes reforços que precisamos. É a hora de apostar em jogadores jovens e promissores, com potencial de desenvolvimento e de revenda. Tanto para melhorar a capacidade física do time quanto pensando na saúde financeira do clube. Temos um elenco experiente e de currículo, é um ambiente perfeito para um jogador de potencial se desenvolver sem sofrimento, ser campeão, se valorizar e ajudar o clube numa grande negociação.

É ter humildade, reconhecer o que precisa melhor, sentar e planejar. Precisa investir. Quem ganha é o clube, quem ganha é o torcedor e ainda pode definir quem ganha a Libertadores 2018.

#VamoQueVamo

FOTO DE CAPA: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.

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