CLÁSSICO É RESPONSABILIDADE, DE TODOS!

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Daqui a pouco acontecerá a primeira partida da decisão do Campeonato Mineiro. Pra variar, só que não, a disputa do título ficou mesmo entre Cruzeiro e Atlético. Não vou perder tempo falando dessa fórmula ordinária de campeonato que a FMF arranjou e nem dos quesitos técnicos e táticos que já foram comentados em outras matérias e colunas aqui. Eu vou falar de responsabilidades.

O rival está passando por um momento conturbado e os fatos são bem evidentes: o time tem pouquíssimas chances de conseguir sua classificação para a próxima fase da Copa Libertadores; tomou uma sonora goleada do Cerro Porteño essa semana; o futebol apresentado até o momento não é bom; o treinador caiu, mas antes de sua demissão falou até pelos cotovelos – sempre com a benção dos passadores de pano profissionais.

É óbvio que o torcedor atleticano está puto da vida com tudo isso. E a história se repete, sendo bem óbvio que esses mesmos torcedores iriam se posicionar e protestar, da mesma forma é óbvio que os alvos dos protestos são os jogadores e a diretoria. Estamos falando de uma situação NORMAL, certo?!

Aí vem a crítica principal deste texto: uma turma de jornalei… opa, jornalistas, insinuando que a origem dos protestos (pichações, cartazes, vandalismo de todos os jeitos) não foram feitos por atleticanos, mas sim por cruzeirenses oportunistas e “disfarçados”, com o objetivo de criar crise no time de lá.

Mas vamos pensar com calma… criar crise? Cruzeirense não precisa criar nenhum plano miraculoso para “criar crise” no rival não, ela já existe e está a todo vapor. Se você, atleticano ou cruzeirense, tem alguma dúvida, basta conferir os registros do nosso Fael Lima durante as manifestações. Piada achar que há algum envolvimento, direto ou indireto, nos protestos ou no vandalismo.

E é por isso que eu reitero a cobrança sobre os profissionais que trabalham com a informação. É necessário ter muito mais responsabilidade com o que noticiam. Todo jornalista que trabalha com futebol torce sim para um time, é fato. Mas a paixão tem que ficar de lado na hora de trabalhar. Insinuar que cruzeirenses estão se passando por atleticanos é de uma irresponsabilidade imensurável.

O confronto entre Cruzeiro e Atlético por si só já envolve uma tensão enorme entre os torcedores, com ânimos acirrados e pessoas que normalmente no seu dia a dia são calmos e pacatos se transformando em semi-terroristas prontos para explodirem. Então eu pergunto: Para que fomentar ainda mais essa tensão, essa rivalidade, a rixa entre os torcedores, a raiva e o ódio que um sente pelo outro nesse dia de clássico? É muita boçalidade falar que cruzeirenses estariam se passando por atleticanos para desestruturar o que já está desestruturado!

Então torcedores, meu conselho é esse: zoe bastante o seu rival, deboche, faça piadas sacanas, crie memes – é a zoeira saudável, é isso que torna o futebol um esporte tão amado mundialmente. Ignore aqueles que fomentam raiva, ódio, violência. E quando você ver isso acontecendo vindo de jornalistas, saibam que muitas vezes eles nem fazem de forma proposital, o que acontece é que eles não conseguem separar a paixão da profissão e quando isso acontece… bom, geralmente dá merda.

Nós somos capazes de mostrar para o Brasil que o nosso clássico não é só o mais foda do país, mas é também o que tem as torcidas mais conscientes e amistosas.

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