COM CAVALO ARRIADO GILVAN PICOU A MULA

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Dizem que, na vida, todo mundo, um dia terá um cavalo passando arriado na sua frente e que você terá uma oportunidade de montá-lo e aproveitar essa chance única.

Obviamente estamos nos referindo a uma figura de linguagem muito utilizada em Minas Gerais quando queremos dizer que as oportunidades vêm quando menos esperamos, mas, também vão embora, na mesma medida que não aproveitamos a chance.

No Cruzeiro, nos últimos dois anos, o “cavalo” passou arriado e Gilvan, mesmo com a oportunidade de montá-lo, de deixar um legado maior que os três títulos nacionais conquistados e que poderia consolidá-lo positivamente no futuro celeste. Sem promover nada de concreto, além de flertes, Gilvan preferiu ostentá-lo, fazer juras ao mesmo, e no final, vê-lo cruzar a esquina sem que, nem ele e nem ninguém aproveitasse a chance.

Esse “cavalo arriado” tinha nome e sobrenome: Mudança do Estatuto.

Pelo Estatuto vigente, apenas o Presidente do clube e o Presidente do Conselho Deliberativo poderiam convocar assembleias para esse fim. Em 2017, seria apenas o Presidente Gilvan – um dos maiores entusiastas do tema, até então – quem poderia convocar a assembleia necessária (até porque, o Presidente do Conselho, à época, João Carlos Gontijo Amorim, ferrenho apoiador do Senador Zezé Perrella temia com todas as forças qualquer mudança no sentido que era debatido todo tema).

À época que houve a discussão envolvendo possível mudança estatutária, muitos chegaram a tratar de casuísmo, argumentando se tratar de manobra para que Gilvan pudesse fazer em Bruno Vicintin seu possível sucessor natural (já que, à época, entraves estatutários impediam Vicintin de concorrer ao pleito que, ao final, conduziu Wagner Pires à presidência, quase como um “azarão”).

Ocorre que eventual mudança Estatutária envolveria não só possíveis mudanças com relação às exigências ao pleito presidencial, mas, principalmente, em mudanças que poderiam envolver responsabilidade dos gestores principalmente com relação às finanças do clube (inspirados nos modelos de Estatuto do Flamengo e Bahia, por exemplo, que flexibilizaram nesses sentidos).

Envolvidos de ambas as chapas que concorreram ao último pleito presidencial, em evento ocorrido em abril de 2017, na churrascaria Fogo de Chão, como por exemplo o atual presidente, Wagner Pires, e seus vices-presidente, Ronaldo Granata e Hermínio Lemos foram ao evento e pediram palavra em discursos calorosos, justificadores e que visavam dar início ao procedimento de mudança de Estatuto.

Várias personalidades do conselho celeste se manifestaram positivamente à mudança que se desenhava, Gustavo Gatti, Dalai

Rocha, Pietro Sportelli, Antônio Assunção, dentre vários outros conselheiros que lotavam os eventos do tema, no clube e fora dele.

O “cavalo” estava arriado, mas, Gilvan, assim como em diversas outras oportunidades em seu período na presidência, preferiu “centralizar”, querer fazer de tudo para estar bem com todo mundo e foi adiando, adiando, adiando, adiou tanto que a oportunidade, pelo menos com ele, se foi…

Ainda que outros dirigentes marcantes como Hermínio e Francisco Lemos, Dalai Rocha ainda participem da atual gestão  presidencial, sabe-se lá quando esses dirigentes terão ou desejarão uma mudança necessária, no sentido que foi proposta…

Óbvio que o legado de Gilvan no campo desportivo foi único e muito marcante: em seis anos conseguiu três títulos nacionais. Contudo, as palavras proferidas em discursos pelo mesmo, no que tange à necessária modernização do Estatuto ficaram para trás.

O cavalo passou arriado para a modernização do Estatuto, mas, a centralização e falta de timming para o tema fizeram com que a oportunidade passasse, mas, que Gilvan picasse a mula quanto ao tema, por muito tempo.

Até quando? Quem sabe quando o Cruzeiro quiser ser vanguarda, também, em sua gestão?

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