COM COLETIVO FORTE, MANO POTENCIALIZA JOGADORES

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FOTO: FLICKR OFICIAL/CRUZEIRO E.C.

Mano Menezes tem seus defeitos, principalmente no aspecto plástico do jogo dos seus times, onde o espetáculo não é prioridade e sim o resultado. Contudo, é inegável que seu coletivo forte consegue potencializar jogadores que, inseridos no contexto de suas equipes, conseguem evoluir como atletas e desenvolverem aspectos de seu futebol até então pouco explorados em passagens por outros clubes. Vamos conversar sobre isso.

Egídio foi anunciado no fim de 2017 para substituir Diogo Barbosa, pentacampeão da Copa do Brasil e talvez o lateral esquerdo que melhor atuava no Brasil ao fim daquela temporada. A reação de grande parte da torcida foi de desconfiança. Após duas temporadas ruins no Palmeiras, principalmente no aspecto defensivo, Egídio estava em baixa. Ainda assim, Mano Menezes aceitou o desafio de “corrigir” o atleta e, de forma impressionante, vimos aos 31 anos o lateral atingir o ápice do seu nível de jogo, sabendo não apenas atacar (isso sempre fez bem) mas também defender com consciência tática no momento sem bola para fechar a linha de quatro sem sofrer com bolas nas costas. Curiosamente, Diogo Barbosa nunca conseguiu repetir no Palmeiras o seu desempenho de Cruzeiro, sendo constantemente criticado pelo torcedor palmeirense.

Egídio foi, sem dúvidas, o jogador que mais evoluiu com Mano Menezes. (Foto: Flickr Oficial/Cruzeiro E.C.)

De Arrascaeta chegou em 2015 e mesmo sendo importante em vários momentos pela sua capacidade técnica apurada, não conseguia ser regular. Mano chegou na metade de 2016, temporada em que o uruguaio teve seu melhor desempenho individual. Em 52 jogos, marcou 14 gols e deu 17 assistências, ajudando demais na luta contra o rebaixamento. Foi em 2018 que o treinador finalmente conseguiu transformá-lo no melhor jogador estrangeiro em atividade no Brasil. Atuando pelo lado esquerdo com liberdade para flutuar pelo campo, Arrascaeta atingiu o ápice técnico e físico, conseguindo ser decisivo sempre que estava em campo e convocado para Copa do Mundo. Foi responsável direto, entre gols e assistências, de 28% dos gols marcados pelo clube na temporada (25 de 90), além de ter feito o gol decisivo do Hexa, contra o Corinthians. Transferido para o Flamengo e sob a batuta de Abel Braga, ainda não conseguiu sequer encontrar um posicionamento adequado para atuar bem.

Dedé evoluiu ainda mais como zagueiro, principalmente no posicionamento e mentalidade. Antes da lesão, era comum vê-lo mais afobado em campo, quebrando constantemente a linha defensiva (lembram do gol marcado pelo San Lorenzo?). O próprio reconheceu no Bem, Amigos! que consegue fazer uma leitura melhor do jogo desde o seu retorno. Conhecido por montar boas defesas, Mano teve papel importante nisso. Robinho, outro atleta que no Cruzeiro encontrou pelo lado direito sua melhor fase, sendo fundamental em 2018 como ponta construtor e mostrando que em 2019 tem tudo para ser o principal jogador da equipe (confira aqui um material falando somente sobre sua importância).

Para finalizar, creio que falta ao técnico gaúcho melhorar seu desenvolvimento com jogadores mais jovens. Para não ser injusto, ele conseguiu fazer isso com Murilo e Raniel, mas ainda é pouco. Conhecido por preferir atletas prontos, se conseguir lapidar as peças que sobem da base e transformá-los como fez com os citados acima, deixará um legado ainda maior dentro do clube. Nem tudo é corneta, também é possível notar pontos positivos em seu trabalho pelo Maior de Minas.

#MeDibre

 

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