
FOTO: VINNICIUS SILVA / CRUZEIRO E.C. / FLICR OFICIAL
Último minuto no George Capwell, contra-ataque do Cruzeiro numa partida encardida contra o Emelec, no Equador. A bola cai no lado direito, no pé de Robinho, que faz lançamento perfeito para Rafinha infiltrar pela esquerda e, de frente para o gol, sem marcação, chutar por cima. O jogo acabou e vencemos por 1×0. Em outra situação poderia ter feito falta.
Três dias depois, segundo jogo da semifinal do Mineiro contra o América-MG, Rafinha recebe de Robinho e, diferente do último lance narrado, faz o gol e sai com a mão na orelha em direção a torcida. Desnecessário, mas passou. Em seguida, no primeiro jogo da final do Mineiro, entra em campo aos 33 do segundo tempo para auxiliar na marcação e é expulso 15 minutos depois por duas faltas infantis, restando ainda 5 minutos e deixando a equipe na mão.
Contra o Deportivo Lara, na última terça, foi o pior em campo. Parecendo disperso, errou vários passes que mataram ataques e contra-ataques, não conseguiu contribuir taticamente com a mesma eficiência, mesmo diante de uma equipe bastante inferior. Foi substituído já no fim pelo David, mas poderia ter saído bem antes.
Essas atitudes narradas não condizem com a passagem de Rafinha pelo Cruzeiro, mas sinalizam, pelo menos pra mim, que seu ciclo está próximo do fim. Aos 35 anos (faz 36 em agosto) o meia passa longe de ser fraco, mas não vive mais o auge e, pensando na questão de renovação do elenco e oportunidade para jogadores mais jovens, não renovaria seu contrato que se encerra no final do ano.
Sua história dentro do clube merece respeito. São 141 jogos, 14 gols marcados e muita dedicação. Fisicamente privilegiado mesmo com idade elevada, Rafinha cumpre um papel dentro do elenco parecido com o que fazia Jorge Henrique no Corinthians. Não é um meia que marca muitos gols, dá dribles ou muitas assistências. Porém, taticamente se doa bastante, tem boa condução e controle de bola e em momentos que precisamos segurar o resultado ou administrá-lo, sua presença é importante.
Sou grato aos serviços prestados pelo Rafinha, mas vejo na base dois atletas que podem fazer sua função: Maurício e Caio. Ambos são jovens, tem potencial e podem render lucro no futuro. Na atual situação financeira do Cruzeiro, precisamos dar mais espaço pros jovens e adotar uma política de austeridade. Rafinha foi fundamental na luta contra o rebaixamento em 2016 e importante durante as conquistas do bicampeonato da Copa do Brasil, mas precisamos de renovação.
#MeDibre