Uma semifinal marcada pela emoção de uma possível conquista

Compartilhe

É semifinal de Copa do Brasil, então é bastante óbvio que será um jogo carregado de sentimento, emoção e adrenalina. Em campo e fora dele, claro. Serão 90 minutos de futebol pegado, com dois ótimos times, camisas pesadas e técnicos copeiros. Eu não gosto de entrar naquela analogia de será uma “guerra”, porque eu não consigo entender o futebol como algo tão ruim assim. Mas é inegável que será uma batalha travada na bola, a cada dividida.

Vale vaga pra final e mais. É um jogo de 20 milhões e o que está em jogo é mais do que a superioridade e a hegemonia – é a uma premiação que salva o ano do Cruzeiro e impede que o clube sofra com problemas de fluxo de caixa na virada do ano. Todas as análises dão ciência da situação administrativa do Cruzeiro: folha salarial alta, contratações sem grande potencial de retorno financeiro e defasagem da base. E apostar nas copas (do Brasil e Libertadores) para salvar o ano foi um caminho muito bem analisado e que requer muita coragem.

E quando eu pergunto se será com emoção ou com muita emoção, é porque amanhã é um dia em que o Cruzeiro pode entrar em campo e permanecer o jogo sem suas duas principais peças de meio-campo: Arrascaeta e Thiago Neves.

O ano do uruguaio é brilhante e ele é indiscutível. O momento pós-Copa do camisa 10 é o que nos fez acreditar que esse ano poderia ser de conquistas, superando até mesmo as características impostas pelo próprio time. Arrascaeta é vertical, quase sempre vence o primeiro combate contra seu marcador e destaca-se muito ao lado de Egídio caindo pela ponta esquerda. Até mesmo sua função de recomposição melhorou. Sua lesão foi sentida, principalmente na partida contra o Boca, uma vez que Rafinha nunca será um substituto a altura. Arrascaeta é o vice-artilheiro da equipe na temporada, com 11 gols marcados.

Arrascaeta e T. Neves são sinônimos de “poder de decisão”. (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Thiago Neves não vive um grande ano, mas a expectativa sobre ele é maior que a média. É sabidamente um jogador diferenciado, sabendo cadenciar o jogo e podendo decidir em um único lance. Já fez isso esse ano contra o próprio Palmeiras, armando o contra-ataque em sintonia perfeita com Robinho e garantindo o placar de 1 a 0 na ida. Constantemente vem fazendo nevar no Mineirão. É o artilheiro da equipe na temporada, com 12 gols marcados.

Amanhã pode ser que nenhum dos dois estejam em campo ou que entrem em poucos minutos, sendo um ingrediente extra para o Cruzeiro do Mano Menezes que gosta (e sabe!) viver perigosamente. Se o jogo já promete ser complicado pelo peso das camisas em campo, a escalação pode se tornar um complicador a mais.

Com eles em campo, ou não, a certeza é de que serão 90 minutos de um Mineirão lotado e com uma força que equilibra o duelo por mais desproporcional que seja. A torcida do Cruzeiro sabe que essa camisa pode jogar por si só!

Foto de Capa: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.

Compartilhe