Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
O ano do Sub-20 Celeste foi positivo. A equipe disputou a Copa São Paulo com um time jovem e bastante modificado e mesmo assim não fez feio ao cair nas quartas de final para o São Paulo, nos pênaltis, após empatar em 1×1 no tempo normal. O mesmo que acabou sagrando-se campeão. Na Copa do Brasil Sub-20, chegou a final para enfrentar o poderoso Palmeiras e após perder por 2×1 em São Paulo, buscou uma virada heroica no Independência fazendo 4×3 depois de estar perdendo por 3×1. Infelizmente, acabamos derrotados nos pênaltis. Essa introdução vale para demonstrar a importância do trabalho da base que alimentou o profissional com ótimos jogadores como Rafael Santos, Edu, Cacá, Ederson, Weverton, Adriano, Maurício e Vinicius Popó.
Conforme apurado pelo Deus me Dibre, a participação da equipe na IV Copa Internacional Ipiranga foi vetada por motivos de contenção de gastos. A fonte consultada informou que o diretor financeiro, Flávio Pena, recusou-se a liberar a quantia de R$ 60 mil necessária para custear a viagem. Postura lamentável por uma série de fatores. Após encerrar sua participação no Brasileiro da categoria sendo eliminado pelo Palmeiras nas quartas de final, os garotos ficarão os próximos dois meses sem nenhuma atividade e, consequentemente, sem preparação adequada para a Copa São Paulo que acontece em janeiro. Devido a essa “economia” sem sentido, perderemos a oportunidade de estimular os atletas num torneio competitivo, tradicional e contra adversários da América do Sul e Europa, possibilitando um intercâmbio fundamental para evolução futebolística desses jovens.
Fica o questionamento para o Diretor de Futebol de Base, Amarildo Ribeiro, ao Gerente de Base, Wilmer Mendes e ao Diretor Administrativo, Quintiliano Lemos: Por que não se esforçar e cobrar junto aos superiores para que o clube participe do torneio? O prejuízo técnico, financeiro (afinal, é uma vitrine que deixamos de aproveitar) e de captação para o clube é gigantesco. Quem cuida da base deveria estar ciente da importância dessa competição e de como manter um time tão qualificado como o nosso Sub-20 parado é simplesmente rasgar dinheiro. Será que o salário desses três diretores citados (é até difícil entender porque tantos) não cobririam tais custos?
Existente desde 2013, a Copa Inernacional Ipiranga Sub-20 é disputada dos dias 30 de novembro a 16 de dezembro. Dividida em 4 grupos de 5 equipes, com confrontos entre todos de cada chave, classificando os dois melhores de cada grupo para um duelo de quartas, semifinal e final. No ano de 2019, equipes tradicionais como River Plate (ARG), Nacional (URU), Grêmio, Hammarby Idrottsförening (SUE), Corinthians, Atlético Nacional (COL), Talleres(ARG), Atlético Mineiro, Midtjylland(DIN), Internacional, Vasco, Defensor Sporting (URU), Racing Club (ARG), América S. A.(COL), Palmeiras, Athletico Paranaense, Independiente (ARG), Peñarol (URU), Estudiantes de La Plata(ARG) e Fluminense garantiram lugar. Presente em todas as edições desde sua criação, será a primeira vez que o Cruzeiro ficará de fora. Suas melhores campanhas foram duas semifinais entre 2013 e 2014, quando ficou pelo caminho para Internacional e Corinthians, respectivamente. No ano passado, fomos eliminados nas quartas de final para o Internacional.
Enfim, a conclusão que se chega é que após a declaração de Zezé Perrella sobre terceirização da base, algo que foge completamente do que todos os times reveladores buscam, pois é cada vez mais comum ver a utilização de categorias inferiores com garotos de 9, 10, 11, 12 anos e assim por diante para uma construção de identidade com a Instituição e um projeto de longo prazo, estamos totalmente na contra-mão do que ocorre de mais moderno em todos os clubes reveladores. Não vemos esse tipo de intenção no Fluminense, Santos, Athlético Paranaense, Grêmio ou Flamengo, pelo contrário, estes investem cada vez mais em estrutura, captação e formação.
Porém, no Cruzeiro, o caminho é o oposto. Ainda segundo fontes do Deus me Dibre, a ideia que ganha força nos bastidores é de um arrendamento da Toca I para economizar, mantendo apenas o time profissional e, no máximo, um Sub-23. Enquanto isso, vemos o clube seguir na contramão do profissionalismo e modernidade. Enquanto pagam altas comissões para Carlinhos Sabiá (só no negócio pelo Mayke onde ele sequer participou, foram R$ 800 mil) e remuneram influenciadores digitais (valores que, somados, chegam a R$ 405 mil) poderiam utilizar tais valores para realmente visar o bem do clube, custeando não só uma como várias viagens para fomentar a base, além de valorizar profissionais que trabalham de forma séria e muitas vezes não recebem condizentes com suas funções. Não falta dinheiro, falta planejamento e seriedade. O torcedor merece mais respeito e transparência. A pergunta que fica é: Até quando?
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