O Cruzeiro novamente protagonizou um jogo para ser esquecido na noite de ontem (12), pela Sul-Americana. Na estreia do técnico Fernando Seabra, a Raposa fez grande primeiro tempo e abriu 3 a 0 diante do Alianza, da Colômbia. O desempenho sinalizava uma retomada de confiança entre elenco e torcida, que viu o time perder o título mineiro no último domingo após sair na frente do maior rival, mas permitiu a virada em 30 minutos do segundo tempo.
Contudo, novamente na segunda etapa o time caiu de desempenho e viu jogadores marcados, como Neris e, principalmente Rafael Cabral, falharem. A partida acabou em 3 a 3 e rendeu muitas vaias dos 18 mil presentes no Mineirão. Novamente, o time permitiu que o adversário reagisse após estar em vantagem. Após o jogo, Seabra justificou a escolha pela mesma equipe que perdeu a final como uma tentativa de resgate dos atletas. Agora, o caminho está aberto para que mudanças necessárias ocorram entre os titulares.
Um dos principais questionamentos está no sistema defensivo. Com Neris e Zé Ivaldo, o Cruzeiro sofreu seis gols nos últimos dois jogos. João Marcelo, que vinha sendo titular até o jogo diante do Universidad Católica, na altitude, foi para o banco e entrou apenas no segundo tempo da final. Ao lado de Zé Ivaldo, a equipe sofreu apenas um gol em seis jogos, que foi no triunfo por 3 a 1 diante do Democrata, em Governador Valadares.
No triunfo sobre o Pouso Alegre no Parque do Sabiá e a vitória contra o Uberlândia no Mineirão, o Cruzeiro teve a contribuição de Zé Ivaldo e João Marcelo durante toda a partida. Já no empate sem gols com o Tombense no Ipatingão, na primeira semifinal do Mineiro, Zé Ivaldo acabou sendo expulso aos 34 minutos do primeiro tempo.
Durante outras seis partidas nesta temporada, o Cruzeiro se viu sem pelo menos um dos seus zagueiros em campo. Na estreia do Mineiro, por exemplo, contra o Villa Nova, Larcamón optou por Neris e Palacios como titulares, deixando a dupla como opção no banco de reservas. No início desta temporada, o Cruzeiro sofreu um total de dez gols, dos quais oito foram na atual edição do Estadual e dois na Copa do Brasil.
O Cruzeiro enfrenta desafios tanto a nível individual quanto coletivo desde o início do ano. Alguns desses desafios estão relacionados às decisões da comissão técnica, seja na escolha da escalação ou na estratégia de jogo. No entanto, o tropeço contra o Alianza, em particular, deve ser atribuída ao desempenho do elenco.
O resultado no Mineirão certamente serve como um alerta importante para Fernando Seabra. Embora uma vitória fosse preferível ao tropeço, especialmente considerando o contexto, o resultado pode acelerar o processo de mudança que o Cruzeiro tanto necessita neste momento. E o sistema defensivo, sem dúvidas, é um dos principais que carece de maior atenção.
Jogos com a dupla Zé Ivaldo e João Marcelo:
Tombense 0 x 0 Cruzeiro – atuou 90 minutos
Cruzeiro 2 a 0 Uberlândia – Atuou 90 minutos
Pouso Alegre 0 x 2 Cruzeiro – Atuou 90 minutos
Atlético-MG 0 x 2 Cruzeiro – Atuou 90 minutos
Democrata-GV 1×3 Cruzeiro – Mamudão (Zé Ivaldo jogou 53 minutos e saiu para a entrada de Ramiro)
Atlético 2×2 Cruzeiro – Arena MRV (Com a dupla em campo, Cruzeiro não sofreu gols na segunda etapa e buscou o empate, com assistência de João Marcelo para Dinenno)