CONHEÇA JADSON, PROVÁVEL REFORÇO DO CRUZEIRO

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FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C

Na tarde desse sábado, o setorista da Itatatiaia, Samuel Venâncio, trouxe a notícia de que o Cruzeiro estava negociando o volante Bruno Silva em definitivo com o Fluminense, além de estender o empréstimo do zagueiro Digão por mais um ano e o lateral Ezequiel, também por empréstimo. Em troca, o volante Jadson (25 anos) viria em definitivo para o Maior de Minas. Jadson atuou em 59 das 68 partidas (86,7%) do Fluminense na temporada, todas como titular, marcando 3 gols e dando uma assistência. Conversei com um torcedor para colher informações do jogador. Confiram abaixo.

Por Caio (@stufflnho), dono do @FluminenseStuff:

Jadson chegou ao Fluminense no fim do ano passado, gerando bastante desconfiança por parte da torcida, afinal, fora rebaixado nos últimos dois clubes que jogou. No início, a expectativa era que fosse reserva do Douglas (vendido mais tarde). A temporada no geral foi ok. Fez um primeiro semestre bom sob o comando do Abel Braga no 3-5-2, marcando gol na final da Taça Rio e se destacando nas rodadas iniciais do Brasileiro. Contudo, seu nível caiu (assim como de todo o time) muito antes da parada pra Copa. No retorno, já com Marcelo Oliveira, o time passou a atuar no 4-4-2, outras vezes no 4-3-3, e ele seguia abaixo. Marcelo desistiu desses sistemas e voltou com a formação do Abel na Sul-Americana, contra o Defensor. Jadson foi muito bem nesse jogo. Na metade final do ano, com os salários atrasando, uma equipe fisicamente debilitada e com uma lesão, caiu de nível mais uma vez.

Em campo, é um motorzinho. Serve de válvula de escape pro time em campo. Joga como segundo volante, também atua na lateral direita, meia central e ponta pela direita, mas tem destaque mesmo só na primeira função. Sua passagem pelo Fluminense foi marcada pelo 3-5-2, onde teve atuações regulares como segundo homem de meio campo e era o responsável por ligar o setor defensivo ao ataque, tendo liberdade para fazer boas infiltrações. Tem bom passe e faz bons lançamentos, foi o melhor passador do time no Estadual. Porém, as limitações da equipe atrapalharam bastante seu desenvolvimento. Mostrou algumas dificuldades nas tomadas de decisão, matando alguns contra-ataques. Na parte defensiva, é um volante que cerca mais do que realmente agride o adversário, por isso não possui um alto número de desarmes, diria que não compromete mas também não chega a ser destaque no quesito. Aqui, como tinha o Richard, ele não tinha tantas obrigações defensivas.

Jadson é um atleta que precisa de confiança, principalmente coletiva. Se o time estiver bem, ele assim estará, mas se o rendimento da equipe cair, ele acaba sendo uma bomba, tamanha queda que apresenta. Não é um jogador “cerebral”. Sua força mental é um problema e precisará ser trabalhada. Até por isso, sua melhor fase foi quando tinham pessoas como Abel e Autuori dando apoio. Resumindo: É um jogador que chega para compor elenco e pouco deve agradar o torcedor no inicio, ainda mais por ser um “estranho” no meio de tantos caras de peso. Ainda é jovem, tem margem pra evolução e o time do Cruzeiro é um bom lugar para ele desenvolver em alguns quesitos, mas será necessário paciência.

Jadson no Brasileiro
33 jogos
2710 minutos
2 gols marcados
1 assistência
1202 passes ✅ (86%)
36 passes decisivos
63 lançamentos, 26 ✅ (41,3%)
37 dribles ✅
38 cruzamentos, 10 ✅ (26,3%)
23 finalizações, 11 ✅ (47,8%)
53 desarmes
46 interceptações
54 cortes
4 chutes bloqueados

Podemos notar pela análise do amigo tricolor que trata-se de um volante que não chega com condições de vestir a camisa titular. Essa questão mental precisa de atenção e me preocupou, pois nosso time é extremamente forte nesse aspecto (o sucesso nas Copas é prova disso) e ele precisará se adaptar para ter sucesso. Aparentemente, é um jogador esforçado, com um bom passe, mas não causará grande impacto no elenco. Vejo o Jadson como um jogador regular, não sendo ruim nem excelente. Mano terá trabalho para moldá-lo ao nosso sistema, principalmente pela sua dificuldade de atuar fora do 3-5-2, formação nunca utilizada pelo treinador gaúcho.

Verdade seja dita, a melhor parte desse acordo é se livrar de Bruno Silva e Ezequiel. Jadson é apenas um bônus que pode se tornar ônus no futuro caso não dê certo. Acredito que a diretoria poderia ter pedido Gilberto, que pertence a Fiorentina e assim como a vinda do volante depende de um “ok” da Udinese, clube que detém seus direitos, poderíamos negociar diretamente com a Viola para uma posição muito mais urgente no momento. Sem criticar antes da hora, vamos esperar o jogador estrear com a camisa celeste. Mas, confesso que após conversar com o amigo das laranjeiras, acho que poderíamos ter feito um negócio melhor pegando outro atleta.

Saudações celestes!
#MeDibre

 

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