
IMAGEM: DIVULGAÇÃO / APRESENTAÇÃO CONSELHO GESTOR
O conselho gestor entrega oficialmente o comando do Cruzeiro na segunda-feira, dia 1º de junho, para o presidente eleito Sérgio Santos Rodrigues. O grupo de notáveis que criou o núcleo dirigente transitório que se dedicou ao Cruzeiro nos últimos cinco meses, desde que a gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá renunciou. Para encerrar essa passagem, o conselho gestor preparou a apresentação de um relatório para a diretoria e os conselheiros. Nossa reportagem teve acesso ao documento, que de início já dá o parâmetro do que foi o trabalho: assumir um clube em situação de pré-falência e tentar organizar as coisas dentro do possível.
A apresentação aborda tópicos como futebol e esportes, administrativo, transparência, inovação, marketing e comercial, institucional, clubes sociais e ações ainda em andamentos – que serão ou não continuadas pelo novo presidente. Em todos os temas abordados, o conselho gestor resume o que foi feito e apresenta dados que devem guiar a nova administração. O documento também será encaminhado aos conselheiros.
Além do que foi feito, o documento apresenta ações em andamento, como a negociação com a Minas Arena para alterar os valores contratuais, um estudo de melhor aproveitamento dos imóveis do Cruzeiro para redução de custos e gerar rentabilidade, o pedido de liberação dos valores bloqueados da última parcela referente a venda do meia Arrascaeta (R$6,5 milhões que devem ser liberados até o dia 10/6), o recebimento de um valor de R$2,1 milhões da AMBEV para o início de junho (referente ao valor anual do patrocínio), um novo patrocínio (ainda não divulgado oficialmente) no valor de R$3 milhões e uma negociação com instituições financeiras para conseguir um empréstimo no valor de R$50 milhões – com o objetivo de pagar as dívidas de curto prazo que podem representar algum tipo de sanções ao clube.
Entre as demais ações relevantes que foram realizadas, alguns tópicos chamam a atenção:
81% de redução da folha salarial (de 16 para 3 milhões/mês) o que gera uma economia anual de 156 milhões de reais; apresentação do estudo para a modernização do estatuto do Cruzeiro; início de renegociação com os clubes que geraram processos na FIFA; retorno do Cruzeiro ao PROFUT e análise de contratos de aquisição e renegociação com os atletas do time profissional.
As mudanças na área administrativa também foram relevantes, entre elas o cancelamento de cartões corporativos para uso do presidente e diretores. A decisão se deu, principalmente, após a farra dos cartões – série de reportagens que você pode acompanhar clicando aqui – que mostra o uso indiscriminado dos cartões de crédito do Cruzeiro que foram usados pela última gestão.
Outros tópicos abordados na apresentação dizem respeito à transparência – como a criação do portal da transparência – as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público de Minas Gerais, que contam com as investigações realizadas pela Kroll e a auditoria da Moore no balanço contábil de 2019 e a exclusão dos conselheiros remunerados na gestão passada (que conseguiram através de liminar judicial o retorno momentâneo ao conselho).