COPO MEIO CHEIO OU MEIO VAZIO. QUAL É O SEU?

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FOTO: VINNICIUS SILVA/ CRUZEIRO E.C./ FLICKR OFICIAL

Pela primeira vez na história do clube, o Cruzeiro chegou a sua 4ª semifinal de Copa do Brasil de forma consecutiva. Algo gigante, histórico e marcante. Mérito da comissão técnica capitaneada pelo treinador Mano Menezes e dos jogadores que, mesmo diante de uma grave crise institucional, não abaixaram a cabeça e seguiram competindo. Ainda assim, sobram críticas. São 13 jogos disputados e 1 vitória, 17ª colocação no Brasileiro e a sensação de que, se sobra competitividade no mata-mata, falta nos pontos corridos. Qual copo você prefere enxergar, o meio cheio ou o meio vazio?

O Atlético foi dar a primeira finalização no nosso gol ontem aos 26′. Antes disso estávamos controlando do jeito que o Mano faz: marcando bem. Tivemos duas chances com Robinho, uma claríssima. Se sai o gol, matamos o jogo. A partir do gol do Cazares aos 35′ nos descontrolamos, eles poderiam até ter feito o segundo, viraram o 1T com 14 finalizações. 4 certas. O time teve mérito de ter resistido. Questiono: Qual adversário não sofre no Horto? Me cite um. E mais, quantas vezes vimos o Cruzeiro ceder a pressão e acabar eliminado nessa década, seja fora de casa ou no Mineirão? (River em 2015, Flamengo em 2013, San Lorenzo em 2014, rival em 2014, Palmeiras em 2015, Grêmio em 2016 e por aí vai). Aliás, vale ressaltar: Com Mano Menezes no comando, fomos eliminados em casa apenas uma vez, contra o Boca Jrs. num jogo pra lá de polêmico devido a arbitragem.

Voltando a falar do jogo, o segundo tempo estava equilibrado, Fred saiu e estávamos melhorando. Fizemos um gol injustamente anulado com Pedro Rocha. No abafa, Patric teve a felicidade de fazer o segundo onde perdemos David expulso e ficamos sem uma válvula de escape. Tirando o chute do Geuvanio na trave, novamente controlamos a partida. Então assim, podem até criticar que não jogamos um tiki taka, futebol total, etc, mas dentro da proposta que o time tem, com o nível de concentração alto, nunca vi uma equipe tão madura pra esse tipo de competição. O Grêmio teve dificuldade para empatar com o Bahia em Porto Alegre e se superou fora, o Inter perdeu para o Palmeiras no Allianz num jogo onde o 1×0 ficou barato. Conseguiu, na superação, se classificar. O todo poderoso Flamengo, milionário, perdeu em casa pra jovem equipe do Athlético Paranaense. Então me digam, por que tantas críticas a atuação do Cruzeiro ontem? Tínhamos um placar favorável de 3×0, algo que até certo ponto acaba prejudicando pois, animicamente, o time entra um pouco menos “pilhado”, prefiro até vantagens menores. Mesmo sem Thiago Neves e Cabral, passamos com muito suor e dedicação.

Não estou aqui para passar pano pro Mano Menezes, acho que investimos muito alto para ter uma campanha tão ruim no Brasileiro, mas desde 2017 entendi seu estilo de jogo e procuro ver coisas boas. Me lembro bem que entre 2013 e 2014 havia muita reclamação de que nosso time era “coxinha”, pois sobrava nos pontos corridos e afinava no mata-mata. Li várias vezes que perdemos nossa alma copeira. Pois bem, desde a chegada do gaúcho foram 30 mata-matas, 25 triunfos e apenas 5 eliminações. 4 troféus, dois de âmbito nacional. É claro que existem críticas, evidente que pelo elenco poderíamos ao menos estar pleiteando um G6, mas sinto que lá na frente, quando não tivermos mais este grupo e técnico, sentiremos falta da época que tínhamos um Cruzeiro copeiro e que, mesmo quando não jogava tão bem, era chato, cascudo e raçudo pra conseguir suas classificações. Terça é contra o River, na Argentina. Próximo mês encaramos o Internacional buscando a terceira final seguida de Copa do Brasil. Vamos fortes, não tá morto quem peleia. E, como no título desse texto, prefiro enxergar o copo meio cheio e apreciar a história sendo escrita.

#MeDibre

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