FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
A pandemia causada pelo novo coronavírus atinge o Brasil de forma acelerada, só nas últimas 24 horas, foram contabilizadas 1.349 mortes decorrentes da covid-19 – isso porque seguimos sendo um país que testa pouco e está imerso na subnotificação. No total, o Brasil apresenta mais de 590 mil casos, com mais de 32 mil mortes. Diante do cenário, que obviamente gera desconfiança econômica e representa imenso risco a grupos menos favorecidos, o futebol vem se movimentando para tentar retomar à normalidade.
Um dos grandes exemplos de que é necessário realmente discutir a situação é o Cruzeiro: desde que decidiu retomar os treinos, passando por duas baterias de testes, o clube já apresentou três jogadores que testaram positivo para a doença. O primeiro foi o jovem atacante Vinicius Popó, depois o volante Jean e hoje (4) o capitão e zagueiro Léo, todos assintomáticos. Diante desse cenário, fica o questionamento: é mesmo o momento de voltar com o futebol?
Mesmo com todos os cuidados e orientações médicas, é público e notório que o futebol um esporte de contato e transpiração. Os treinos de marcação, os coletivos, compartilhar equipamentos em academia, dividir espaços fechados como refeitórios, salas de coletiva e vestiários, enfim, o futebol em si fornece o ambiente perfeito para que o vírus se espalhe – e aqui nem se considera público nos estádios, por exemplo. Não dá pra treinar e jogar de máscara.
Países como Alemanha definiram a volta de sua liga nacional, mas isso não deveria servir de argumento para os que defendem que o futebol possa voltar por aqui. A situação do país é totalmente diferente da que vivemos no Brasil. A última atualização do Instituto Robert Koch (responsável pela prevenção e controle de doenças no país) informou que o nível de disseminação do novo coronavírus segue controlado e que a Alemanha pode evitar uma segunda onda de contaminação e mortes causada pela covid-19. Você pode conferir a matéria da Deutsche Welle clicando aqui.
É louvável o esforço dos que tentam contornar a situação para manter suas atividades. O Cruzeiro, por exemplo, segue repetindo os testes semanalmente e toma todas as precauções possíveis minimizar os contatos, conforme disse o superintendente de departamento médico Daniel Baumfeld ao site oficial. Mas, ainda assim, talvez seja uma medida precipitada que passe uma falsa sensação de segurança que pode culminar na pressão para uma volta precoce dos campeonatos.
O futebol pode esperar um pouco mais.