FOTO: GUSTAVO ALEIXO / CRUZEIRO E.C.
Após um segundo tempo constrangedor protagonizado por Sampaio Corrêa e Cruzeiro, sem nenhuma finalização ao gol ou tentativa de jogar futebol, a equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo chegou ao 17º empate na competição, se isolando como o time que mais empatou não só na Série B, mas em todas as divisões nacionais. Mais um capítulo melancólico no calvário que vem sendo a trajetória do Cruzeiro desde o seu rebaixamento, em 2019, passando por um rombo financeiro, impunidade e planejamentos insuficientes para devolver o time à elite do futebol nacional.
Pelo terceiro ano consecutivo, a Raposa terá que disputar a segunda divisão e, se a esperança fosse que o primeiro ano servisse de aprendizado, não foi bem o que aconteceu. O clube nunca conseguiu brigar pelo acesso e esteve mais próximo do risco de rebaixamento à Série C. Em dois anos foram mais de 40 contratações, seis técnicos, quatro diretores de futebol e pouco resultado. O Cruzeiro chega na última rodada da Série B para encarar o Náutico com poucas chances de rebaixamento, o Remo e Londrina precisam vencer seus jogos, além de Operário e Vila Nova-GO (ambos com 45), Brusque (44) e Ponte Preta (43) pontuarem nas duas últimas rodadas e ultrapassarem o clube.
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Em 2020, o clube apelou a presença de Luis Felipe Scolari para salvar do desastre após tentativas fracassadas com Enderson Moreira e, principalmente, Ney Franco. O experiente comandante chegou na 17ª rodada, com a Raposa na vice lanterna, e terminou o ano com aproveitamento de 55,5%, 12 pontos atrás do 4º colocado, com 49 pontos, em 11º lugar. Em 2021, a fórmula voltou a ser repetida após passagens frustradas de Felipe Conceição e Mozart, que deixou a equipe com nove jogos de jejum. Vanderlei Luxemburgo assumiu na 16ª rodada, vendo o time na 15ª posição com 16 pontos, três acima do Z-4. Em 22 jogos sob seu comando, o treinador conquistou 34 de 66 pontos disputados, com aproveitamento de 51,5%.
Em relação a campanha de 2020 na mesma 37ª rodada, o Cruzeiro tem um ponto a menos (47 a 48), lembrando que no ano passado houve a punição de seis pontos pela FIFA. Além disso, o time venceu quatro jogos a menos na atual campanha (10 a 14), marcou três gols a mais (42 a 39) e sofreu 12 gols a mais (44 a 32). O torcedor espera ansioso que o planejamento do próximo ano seja feito de forma oposta ao que vem sendo realizado até o momento, para que o flerte com o rebaixamento não vire realidade, e medalhões precisem seguir chegando para salvar do desastre.