FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR / CRUZEIRO E.C.
A realidade do Cruzeiro pode começar a mudar a partir desta noite de terça-feira (3), quando o conselho se reunirá para discutir e votar a possível abertura de uma Sociedade Anônima do Futebol, popularmente conhecida como “clube-empresa”. A ideia, a princípio, é aprovar que a transformação seja feita a partir do momento que a lei 5.516, já tramitada e aprovada no Congresso Nacional, seja sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
A reunião está prevista para começar às 18:30h e o projeto será apreciado por membros do conselho deliberativo do clube. A nova empresa seria a responsável por manter e gerir a pasta de futebol da Raposa. A princípio, a ideia é que até 49% da SAF seja passível de venda a investidores externos, com a associação atual permanecendo detentora de 51%. Nome, sede, escudo, cores, entre outras propriedades do Cruzeiro permanecerão intactos.
Antes mesmo do projeto ser aprovado, uma minuta contendo os principais pontos da Sociedade Anônima do Futebol foi distribuída aos conselheiros. O documento traz mais detalhes sobre como será o processo de transição e o funcionamento da SAF. Apesar de não ser unanimidade, a tendência é que a transformação seja devidamente aprovada, mas não sem antes ter algumas possíveis emendas e alterações em sua concepção.
Conselheiros se movimentam por mudanças
Na última segunda-feira (2) um grupo de conselheiros, muitos que fizeram parte do Conselho Gestor, que esteve à frente do Cruzeiro após a renúncia do ex-presidente Wagner Pires de Sá, especialistas em gestão e torcedores se reuniram para debater mais sobre o tema. Com a presença de profissionais favoráveis à implementação, o assunto foi amplamente debatido e uma nota com recomendações foi apresentada pelo grupo:
Que o Clube avalie o percentual de participação Clube/Investidor (51% – 49%) para que traga garantia jurídica para as partes, sem que isso inviabilize a atratividade do negócio;
Apresente um plano de reestruturação de dívida, como previsto em lei, e que garanta sua execução diante das condições econômicas e financeiras da entidade, respeitando os credores;
Se comprometa com a participação das empresas já contratadas (Ernst & Young; Alvarez & Marsal e XP Investimentos) na condução integral do processo de criação, formatação e operacionalização da SAF;
Que o Conselho Deliberativo crie uma comissão ou comitê para acompanhar as negociações junto aos potenciais investidores e aprovar a formatação final do negócio e acordo de acionistas a ser discutido entre a Diretoria Executiva e o investidor.
Além desse grupo de conselheiros, outros empresários de renome ligados ao Cruzeiro já se mostraram favoráveis à implementação da SAF. Entre eles, o ex-CEO do Cruzeiro, Vittorio Medioli e também Aquiles Diniz, que chegou a se reunir com a diretoria do clube para propor a mudança e ajudar na criação de um fundo internacional visando captar cerca de R$500 milhões para investir no futebol.