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A Justiça do Trabalho condenou o Cruzeiro a pagar o valor de R$340 mil a Alexandre Comoretto, associado, ex-assessor da presidência e ex-diretor social do clube do Barro Preto, figura conhecida nos corredores e mesas do Cruzeiro, popularmente chamado de “Gaúcho”. O ex-funcionário acionou o Cruzeiro na justiça no início do mês de abril deste ano.
A informação inicial foi apresentada pelo portal ge.globo e confirmada pela nossa reportagem. A decisão também pede que que seja feito um bloqueio de créditos no valor aproximado de R$139 mil das contas do clube.
O valor arbitrado pelo tribunal se deu a partir da determinação dos pagamentos de salários atrasados; 13º salário; aviso prévio indenizado; 13º salário proporcional; férias vencidas e férias proporcionais; FGTS e multas de acordo com o regimento da CLT. Vale ressaltar que a decisão ainda cabe recurso por parte do clube.
De acordo com os pedidos iniciais, Gaúcho tinha um salário de R$25 mil e após a demissão, não teve seus atrasados acertados, além das verbas rescisórias, aviso prévio e FGT, todos os valores devidamente descritos e devidamente corrigidos. O valor da causa da ação pedido à época chegava a mais de R$460 mil.
Quem é “Gaúcho”?
Diretor e praticante do time de bocha do Cruzeiro, Gaúcho se tornou figura notável após diversas polêmicas envolvendo seu nome ao longo da gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá. No dia 7 de abril de 2019, apareceu sentado junto do então presidente Wagner, Zezé, Alvimar e Gustavo Perrella, Itair Machado, Sérgio Nonato e na publicação em seu perfil no Facebook mostrando que já havia articulação para uma reeleição da diretoria em 2020.
Pouco tempo depois, um áudio viralizou em grupos de Whatsapp ligados a conselheiros e torcedores, em que Gaúcho defendeu a gestão de Wagner Pires de Sá, dizendo ser a “melhor gestão do futebol brasileiro”. É preciso ressaltar que as denúncias de irregularidades, os processos e a prática de uma possível gestão temerária já haviam sido denunciadas, tanto aqui no portal Deus me Dibre, quanto em outros veículos de imprensa.
Gaúcho também ficou marcado pela distribuição de ingressos “cortesia” durante a gestão Wagner. Não era difícil vê-lo andando pelo clube do Barro Preto com grande quantidade de ingressos para jogos. Uma sindicância do clube em maio de 2020, apontou que o então assessor da presidência recebeu mais de 52 mil ingressos para serem distribuídos entre 2018 e 2019. Na época, Gaúcho se defendeu dizendo que atendia a “demandas institucionais, sociais e políticas” do clube.