FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
O calvário do Cruzeiro na Série B continua. Em 46 rodadas disputando a competição, o time nunca figurou acima do 10º colocado e inicia novamente sua campanha sem engrenar. Rodada após rodada a equipe expõe sua irregularidade, marca registrada desde 2020. Se no ano passado as três vitórias iniciais deram esperança, o restante da competição mostrou que a constante troca de treinadores, jogadores e diretores gerou uma instabilidade onde a sequência máxima de vitórias foi de duas partidas.
Em 2021, um início pior do que o anterior. Se no ano passado a punição de menos seis pontos da FIFA fez o clube somar apenas três pontos nas três rodadas iniciais (mesmo com três vitórias), esse ano o time oscila ainda mais. Em oito partidas, apenas duas vitórias, o dobro de derrotas (4) e oito pontos conquistados em 24 possíveis. A campanha como mandante segue decepcionante: uma vitória em quatro jogos. E assim vai perdendo pontos importantes que geram como consequência o G-4 cada vez mais distante. Atualmente, de sete pontos.
Recém chegado, o técnico Mozart ainda busca o time ideal após seis jogos e pouco tempo de treinamento. Utilizou três zagueiros, trouxe Felipe Augusto pra ala esquerda, deu liberdade a Marcinho… Contra o Guarani, retornou ao esquema com uma linha de quatro atrás, modificou o funcionamento no meio-campo e viu seu time atuar muito espaçado defensivamente, oferecendo campo a frente da zaga para o ataque bugrino explorar. Sem tempo e principalmente entrosamento (sete jogadores foram anunciados, três estrearam somente ontem), os jogos acabam virando sessões de treino. É trocar o pneu do carro com ele em movimento.
O ataque é o melhor da competição com 13 gols marcados. Porém, grande parte desses gols (sete) são oriundos da bola parada, mecânica que vem funcionando bem na equipe. O Cruzeiro é apenas o sétimo time com mais finalizações totais no campeonato (102) e o 9º nas que acertou o alvo (35). Baixo aproveitamento de 34,3% nos arremates. A defesa é o calcanhar de Aquiles: com 16 gols sofridos é, disparada, a pior da competição.
Falta equilíbrio e concentração. Jogadores experientes que deveriam ser pilares como Fábio, Rômulo e Rafael Sobis não conseguem trazer estabilidade nem passar confiança ao restante do time, já que suas atuações estão abaixo do esperado. Quando o time sai na frente, tem muita dificuldade para segurar o resultado ou comete erros primários que geram gols, além das expulsões. Se o G-4 está cada vez mais distante, a zona de rebaixamento se aproxima. O time está a um ponto dela. Os problemas e teorias são vários, como um extracampo conturbado, atrasos recorrentes de salário, mudança constante de elenco e mais uma punição impedindo de registrar atletas são fatores que pesam e desgastam ainda mais o conturbado ambiente celeste.
Mesmo com todos os problemas de 2020, parece que os dirigentes aprenderam pouco com os erros e seguem a mesma cartilha esperando que dessa vez os resultados sejam diferentes.