
FOTO: GUSTAVO ALEIXO/ FLICKR OFICIAL/ CRUZEIRO E.C.
Apesar da vitória de 1 a 0 sobre a Caldense, em Poços de Caldas, o Cruzeiro não conseguiu uma vaga nas semifinais do Campeonato Mineiro e está eliminado pela primeira vez nesse século. Com a vitória do rival diante da Patrocinense, o time celeste precisava de uma vitória por pelo menos três gols de diferença. Régis marcou o único gol da partida, o que foi insuficiente.
Com 20 pontos, o Cruzeiro encerra a participação na fase de grupos em 5º lugar, empatado com a Caldense, mas perdendo no saldo de gols (9 a 6). Com o resultado, disputaremos o Troféu Inconfidência. Os jogos do torneio reúnem os times da 5ª a 8ª colocação da tabela, estão marcados para 2 e 5 de agosto em jogos únicos de semifinal e final. Ainda não há horários ou locais definidos.
O péssimo gramado em Poços prejudicou as duas equipes que contavam com jogadores leves e rápidos, principalmente no ataque. O Cruzeiro iniciou marcando em linha alta, pressionando a saída de bola da Caldense. Os donos da casa não se intimidaram e marcavam no ataque, tentando frear nossa saída de bola. Contudo, os comandados de Enderson iniciaram bem a partida apostando no começo em bolas longas e depois acuando a Caldense colocando a bola no chão. Aos 14′, Régis marcou em bonita jogada individual, girando na entrada da área e mandando a bola pro fundo das redes. 1 a 0.

Dois jogos, duas vitórias. Apesar dos 100% de aproveitamento, Enderson acabou vendo seu time desclassificado. Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Na segunda metade da etapa inicial, a Caldense conseguiu igualar o jogo e dificultar nossa saída de bola. Jadsom retornou ao time no lugar do Jean e, diferente do veterano, não tem a mesma qualidade na transição ofensiva, sendo um volante de mais infiltração do que controle e ritmo de jogo. Maurício também não conseguiu produzir ofensivamente e foi discreto. Moreno saiu ainda no primeiro tempo pra entrada de Thiago, que pouco produziu. A Caldense chegou com perigo aos 29′ e 30′, com boas intervenções de Fábio. Pelo lado esquerdo, Stênio nitidamente ansioso não conseguiu levar vantagem sobre o marcador no 1×1 e Patrick Brey, apesar do esforço, errava em demasia no acabamento das jogadas.
Enderson mexeu no intervalo colocando Welinton na vaga de Stênio. O jovem até conseguiu fazer duas boas jogadas na linha de fundo, mas logo sumiu no jogo. A melhor chance do Cruzeiro na etapa final foi com Patrick Brey, aos 9′, mas a finalização saiu fraca e sem direção. A queda técnica da equipe foi visível. Régis, que fez bom primeiro tempo, sumiu no segundo e com isso o time não conseguiu mais produzir. Enderson lançou Claudinho na vaga do apagado Maurício mas, sozinho, não conseguiu mudar o cenário. A bem da verdade a Caldense esteve mais perto de empatar o jogo do que o Cruzeiro de fazer os gols que precisava. Sem ímpeto, ansioso em busca do placar e com jogadores de frente pouquíssimo inspirados, o placar ainda ficou de bom tamanho.
O foco do Cruzeiro no ano é subir. É nítido como o elenco do meio pra frente é curto, principalmente em opções de beiradas. A saída de Angulo, que vinha treinando há dois meses como titular foi inesperada e prejudicou demais o planejamento. Sem ele, ficamos apenas com dois jovens inexperientes (Stênio e Welinton). Será preciso reforçar. O péssimo trabalho executado por Adilson Batista dentro de campo, as contratações ruins executadas por Ocimar e a falta de know-how do Conselho Gestor na pasta do futebol no início do ano ajudam a explicar essa precoce eliminação, mas o principal é que o clube foi deixado a míngua pela gestão anterior. É impossível analisar o contexto sem lembrar disso.
A boa notícia é que o trabalho de Enderson Moreira passa confiança. Apesar da limitação técnica na execução de alguns atletas, dá pra acreditar que o time vai fluir. A eliminação chateia, mas é preciso ter calma e seguir em frente. O acesso é o maior objetivo de 2020.