Neste domingo, além da estreia do técnico Rogério Ceni a frente do Cruzeiro contra o badalado Santos de Jorge Sampaoli, fonte de inspiração para nosso comandante, teremos um dos maiores clássicos nacionais. Pessoalmente, encaro o Santos com grande simpatia e respeito. É um adversário que sempre proporciona grandes jogos, foi nosso rival na histórica conquista da Taça Brasil de 66 onde, após golear o time de Pelé, nos apresentamos para o futebol brasileiro e mundial. Pelo respeito ao esquadrão santista, listo cinco partidas que me marcaram profundamente, cada uma tem seu contexto particular e nem todas foram apenas vitórias.
Cruzeiro 3×0 Santos – 2003 – Brasileirão
Esse jogo histórico aconteceu no dia do meu aniversário (20/09/2003). O presente não poderia ter sido melhor. Líder do Campeonato Brasileiro com 58 pontos, o Cruzeiro entrou em campo para enfrentar o jovem time do Santos, vice-líder e atual campeão nacional, empatado na liderança, mas em desvantagem no número de gols marcados (tínhamos nove a mais). Eram mais de 65 mil pessoas no Mineirão, ávidos pelo título brasileiro e viram aos 14′ do primeiro tempo o árbitro Heber Roberto Lopes marcar pênalti para o Cruzeiro. Aristizábal (na época o maior artilheiro estrangeiro pelo clube, foi ultrapassado por Arrascaeta) marcou e fez 1×0. No segundo tempo de uma partida movimentada, Felipe Melo chutou rasteiro aos 24′ e contou com o desvio da defesa. Quatro minutos depois, Aristizábal, novamente de cabeça, fez o segundo dele.
Com a vitória, o time celeste se isolou na liderança do Brasileirão e abriu três pontos de vantagem para o Santos, que terminou a competição como vice-campeão.
https://www.youtube.com/watch?v=rly6UowUCfE
Cruzeiro 4×4 Santos – 2004 – Brasileirão
Um ano depois do histórico título brasileiro e enfrentando um Santos que novamente era candidato ao título – e sagrou-se campeão no fim do ano – o Cruzeiro já não contava com um time tão espetacular como o do ano anterior e era comandado por Marco Aurélio. O técnico Vanderlei Luxemburgo havia deixado o cargo durante o Mineiro e estava no próprio Santos que enfrentamos naquela noite pela 27ª rodada do torneio. Estávamos em 12°, com 38 pontos, 10 de diferença em relação ao líder, que era o próprio Santos. Robinho, imparável, marcou dois gols com 20 minutos do primeiro tempo. Fred diminuiu para o Cruzeiro aos 30′. No segundo tempo, Santos fez mais 2 e ampliou a vantagem para 4×1 aos 18′, sinalizando ter definido a partida. Sem desistir, o Cruzeiro foi pra cima e dois minutos depois fez o segundo com Fred. Quando parecia impossível evitar a derrota, Jussiê se livrou de três marcadores e tocou na saída do goleiro Tapia. 4×3. Aos 42′ e após incessante pressão, Wendell fez belo gol, garantindo o empate heroico pra Raposa. Vale a pena relembrar os lances desse jogo épico. Se o ano de 2004 foi frustrante, essa partida ficou marcada na memória de todo cruzeirense.
https://www.youtube.com/watch?v=OwQOKuuGTN0
Cruzeiro 3×0 Santos – 2014 – Brasileirão
Depois de dois empates seguidos fora de casa que nos tiraram da liderança ultrapassados pelo Internacional, o Cruzeiro entrou pressionado pra vencer o Santos pela 15ª rodada do torneio dentro do Mineirão. O técnico Marcelo Oliveira atingiu a marca de 100 partidas à frente do clube, parceria que entregou dois brasileiros de forma consecutiva. Em dia inspirado de Dedé, Ricardo Goulart, Marcelo Moreno e um iluminado Julio Baptista, aplicamos 3×0, encerramos um tabu como mandante contra o Santos que durava desde 2008, com 4 empates e 1 derrota e retomamos a liderança rumo a mais uma conquista.
Cruzeiro 0x1 Santos – 2015 – Brasileirão
O ano de 2015 foi conturbado e marcado por diversas lambanças da diretoria. Desmanche do elenco, demissão do técnico Marcelo Oliveira e contratação de um decadente Vanderlei Luxemburgo que, após três vitórias seguidas na sua chegada, colecionava tropeços. Eliminado da Copa do Brasil e há 6 jogos sem vencer, a vitória do Santos com gol de Ricardo Oliveira sepultou o fim da segunda passagem do treinador responsável pela tríplice coroa no Maior de Minas. A lembrança deste jogo segue viva porque algo inacreditável aconteceu. Mesmo perdendo o jogo, a torcida não parou de gritar por mais de 20 minutos o nome do clube. Era “zêro, zêro, zêro” numa das maiores provas de amor que presenciei. Essa sinergia foi responsável por uma retomada naquele ano. A diretoria foi trocada, Mano Menezes chegou e terminamos a temporada de forma tranquila. Há males que vem para o bem.
https://www.youtube.com/watch?v=coJoDoWfTLI
Cruzeiro 1(3)x2(0) Santos – 2018 – Copa do Brasil
Após vencer por 1×0 na Vila Belmiro no jogo de ida, o Cruzeiro tinha sua situação bem encaminhada para garantir vaga nas semifinais da Copa do Brasil. Com o gol do Thiago Neves aos 11 minutos do primeiro tempo, tudo caminhava para uma classificação tranqüila. A equipe jogava melhor, criava várias oportunidades e desperdiçava na mesma proporção. E aí entrou em cena a famosa frase “quem não faz, leva”. No fim do primeiro tempo, Gabigol empatou o jogo e, no segundo tempo, o cenário era o mesmo: gols e mais gols perdidos. No fim da partida, Bruno Henrique virou o jogo e levou o confronto para os pênaltis. Foi aí que brilhou a estrela de Fábio. Com três pênaltis defendidos na seqüência, o goleiro assegurou a classificação do Maior de Minas rumo ao hexacampeonato de forma heróica, mandando pra longe qualquer possibilidade de reviravolta.
#MeDibre