De volta aos treinos, Henrique terá uma segunda chance

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FOTO: GUSTAVO ALEIXO/ FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO

Recuperado de acidente automobilístico, o volante Henrique foi a novidade no treino do Cruzeiro desta segunda-feira. Henrique se acidentou há três semanas, quando o carro que dirigia caiu de um penhasco de 200 metros próximo ao Mirante do Jatobá, no Parque Estadual do Rola Moça, zona rural de Brumadinho. Passado o susto, o veterano de 35 anos terá uma segunda chance no Cruzeiro após uma saída melancólica.

Emprestado ao Fluminense no primeiro semestre, o volante alegou questões pessoais para solicitar o retorno ao Cruzeiro, com o qual tem contrato até dezembro de 2021. Pelo tricolor, esteve em campo em sete oportunidades e não caiu nas graças da torcida. É fato pacífico que a história construída pelo jogador no Maior de Minas é expressiva: Foram 516 jogos, sendo o oitavo jogador que mais vestiu o manto celeste, 27 gols feitos e dez títulos conquistados: seis estaduais (2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e dois Brasileiros (2013 e 2014). Contudo, o reflexo do último ano persiste na memória do torcedor. O rebaixamento é uma ferida aberta.

Não só isso, a “omissão” apontada por vários torcedores em relação ao capitão, que deveria ter imposto mais respeito no vestiário e não permitido que atletas descompromissados fizessem uma espécie de “levante” antiprofissional que além da queda culminou na demissão do técnico Rogério Ceni decepcionou. Henrique tinha história, crédito e tamanho para se impor. Ao invés disso, não conseguiu se fazer ouvir e ainda apareceu ao lado de Itair Machado para garantir que estava tudo em ordem. Não estava e a fatura foi pesada. Apesar disso, sua conduta sempre foi profissional e respeitosa. É um jogador querido por todos os funcionários da Toca da Raposa e apesar dessa ausência de liderança, nunca demonstrou falta de caráter. Seu retorno reflete um pouco da dívida que o próprio atleta sente que tem com o clube e sua torcida.

No seu breve discurso de retorno, pediu perdão. Ainda que machucada, acredito que a torcida poderá fazer as pazes com o volante se ao fim da Série B ele auxiliar no acesso. Henrique pode fazer como Tinga entre 2013 e 2014 no bicampeonato e ser um elo importante dentro do vestiário trazendo equilíbrio, experiência e tranquilidade a um grupo jovem que encontrará desafios que ainda não estão acostumados e uma pressão urgente pelo retorno a Série A. Não se pode mudar o passado, o que aconteceu está feito. Contudo, Henrique terá nessa segunda chance a oportunidade de construir um presente diferente e, consequentemente, um futuro de gratidão com a china azul.

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