FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
Tido como um dos pilares do rebaixamento do Cruzeiro em 2019, o zagueiro Dedé, outrora considerado ídolo do clube, acionou a Raposa na justiça no último dia 4 de janeiro. A informação inicial foi dada pelo portal globoesporte.com e a reportagem do DMD teve acesso ao documento que também negava o pedido de rescisão do atleta com o clube.
Dedé acionou o Cruzeiro pedindo, através de liminar, a rescisão do vínculo do atleta com o clube, alegando “falta grave do empregador”, conforme diz a sentença. Entretanto, o juiz Marco Antônio Ribeiro Muniz Rodrigues, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, negou o pedido do atleta. A ação tramita na 48ª Vara de Trabalho de Belo Horizonte.
No valor da causa, Dedé cobra do Cruzeiro um valor acima de R$35 milhões de reais. Em 2020 o atleta não disputou nenhuma partida oficial pelo Cruzeiro e não definiu em nenhum momento sua situação com o clube: se pretendia ficar e ajudar o time a subir para a série A, ou se pretendia sair.
De acordo com os pedidos do jogador, do valor total (R$35.258.058,64) chama a atenção valores como o de R$13.782.000,00 referente a salários e pagamentos atrasados, além de um pedido de R$3.750.000,00 referente a dano moral.
Polêmicas com dirigentes e lesões
Na petição inicial do atleta, que conta com 55 páginas, entre os argumento usados, estão a declaração de ex-dirigentes do Cruzeiro. Entre eles, uma declaração do ex-presidente Wagner Pires de Sá que veio através de um vídeo vazado em fevereiro de 2020. Wagner cita no vídeo que Dedé “ganhou mais de 50 milhões de reais sem jogar e se vender não vende, primeiro que ele é todo fodido e não passa no exame médico”. Comentários de torcedores xingando e criticando a postura do atleta, a respeito da declaração do ex-presidente, também foram colocados como argumentos na inicial.
Contrato em 2013, sendo bicampeão do Campeonato Brasileiro (13/14) e bicampeão da Copa do Brasil (17/18), Dedé atuou em apenas 181 jogos (marcando 15 gols) com a camisa do Cruzeiro durante esses 8 anos, muito por conta das lesões no joelho que o tiraram do time por temporadas inteiras. Entre 2015 e 2017, por exemplo, o atleta atuou em apenas 7 partidas.
Declaração do advogado
O advogado de Dedé, Carlos André Freitas, encaminhou para a imprensa declarações sobre a ação. Confira na íntegra:
“Foi um período muito longo de dívidas salariais, mesmo com redução de 80% do valor contratual, além de dívidas com direito de imagem, premiações, fundo de garantia e muitas outras questões que vamos detalhar, somente, adiante ou no decorrer do processo.
Devido a tudo isso, nós, do staff jurídico do jogador, optamos, depois de muito tentar, por meio de conversas com o clube, pela rescisão contratual e cobrança judicial.
O jogador não tem culpa alguma dos descasos e má gestão na instituição e tampouco de ter se contundido, defendendo e conquistando títulos pelo Cruzeiro”