Deputados protocolam pedido para abertura de CPI da Minas Arena, concessionária do Mineirão

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FOTO: STAFF IMAGES / FLICKR / CRUZEIRO

O Mineirão voltou a ser pauta mais uma vez neste 2023. Na iminência de se tornar um estádio sem partidas de futebol dos principais clubes do estado, além de ser alvo de protesto das torcidas do Cruzeiro, agora a Minas Arena volta a ser alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) assinada por mais de 70 deputados estaduais.

O documento, assinado nesta segunda-feira (27) pelos parlamentares, pede que seja aberta a CPI para “apurar eventual dano ao erário pelo estipulado e pela execução do contrato de parceria público-privada – PPP – firmado entre o Estado e a empresa Minas Arena”. O pedido acontece num momento em que a gestão da concessionária é contestada pela forma como realiza seus contratos com os clubes da capital mineira.

O documento de solicitação da CPI ainda traz em seu texto o possível problema em que o contrato realizado para a reforma do estádio, visando a Copa do Mundo de 2014, “traz elevadas contraprestações para o Estado e lucro constante para a parceira independente da busca por soluções alternativas para gerar renda”. Entre os interessados, além da população, está o Cruzeiro, que optou por ser mandante no Independência em 2023 a fechar um contrato com a Minas Arena.

Com o América responsável pela Arena Independência e a Arena MRV, estádio do Atlético, próximo de ser inaugurado, apenas o Cruzeiro ficaria sem um estádio próprio em Belo Horizonte. Desde o fim da temporada passada, o clube vem pleiteando melhores condições financeiras para atuar no Gigante da Pampulha. Segundo apurações da nossa reportagem, o posicionamento do Cruzeiro não mudou desde o início do ano, quando o CEO do clube, Gabriel Lima, propôs um novo contrato à Minas Arena, por entender que o apresentado pela concessionária seria lesivo ao clube.

Dentre os diversos problemas apresentados pelo Cruzeiro, está também a pouca disponibilidade do estádio em relação aos jogos de futebol, com datas em que o clube seria impedido de contar com seu público em totalidade ou até mesmo mandar os jogos em outros estádios, por conta de eventos.

Do outro lado da polêmica, a Minas Arena já havia se posicionado e deixado a entender que não pode deixar o estádio ocioso por conta do calendário do futebol e que os eventos não são um impeditivo, desde que os clubes fecham um contrato com o estádio para garantir as datas programadas. Recentemente, em uma apresentação à imprensa, a Minas Arena mostrou números que indicam que a arrecadação principal do estádio se dá com a prática do futebol.

Na tentativa de buscar uma solução, o poder público do Estado de Minas Gerais foi provocado e se mostrou disponível a intermediar uma solução entre as partes, criando um comitê com os clubes e também a concessionária, mas, desde a coletiva realizada no final do mês de janeiro, nenhuma solução foi apresentada.

Torcida se manifesta e marca protesto

Principal interessado em resolver a situação e ver o Mineirão voltando a ser o palco dos jogos do Cruzeiro, o torcedor também resolveu se manifestar. Um abaixo-assinado virtual foi criado nesta segunda-feira (27) e conta, até o momento da publicação desta matéria, com quase 10 mil assinaturas de torcedores que cobram a realização da CPI e uma possível revisão do contrato entre Minas Arena e Estado.

As principais torcidas organizadas do Cruzeiro já se manifestaram em suas redes sociais e marcaram um protesto presencial, que será realizado na Praça Sete, na região do Centro de Belo Horizonte, na próxima sexta-feira (31) às 16 horas.

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