
Foto: Cruzeiro E.C./Flickr Oficial
Bastava ao Cruzeiro empatar contra o Emelec para classificar com a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores e decidir todos os jogos em casa até às semifinais. Contudo, além de ter sido vazado duas vezes pela primeira vez na competição, os comandados de Mano Menezes perderam com gol marcado aos 90 minutos, de pênalti, em decisão errada de Edílson, e podem ver o Palmeiras alcançar o posto de melhor campanha caso supere o San Lorenzo em casa. Além de frustrante, a derrota puniu a estratégia errada escolhida por Mano Menezes, principalmente em sua escalação.
Antes de falar do jogo diretamente, quero abordar um jogador em particular. Rafinha. Sua nota foi a pior segundo o sofascore (6.4). Atuou durante 45 minutos. Seu saldo: um cartão amarelo, 8 passes (53% de precisão) e 4 de 8 duelos vencidos. Nenhuma finalização, nenhum passe para finalização ou assistência. Números pífios que refletem seu futebol em 2019. Mesmo assim, Mano insiste com ele quando poderia ter iniciado com David (falaremos dele adiante). Rafinha ficou pela esquerda, Jadson atuou pelo lado direito e Ariel Cabral fez dupla com Henrique. Do meio pra frente, apenas Rodriguinho e Henrique eram titulares. Além da falta de entrosamento, a opção do Mano por dois jogadores que mais apoiam por dentro do que driblam ou tentam atacar o espaço deixou o time completamente burocrático no primeiro tempo. Foram 5 finalizações, nenhuma no alvo e apenas uma realmente levou perigo. O gol do Emelec saiu em falha de Rodriguinho que até de forma displicente perdeu a bola no campo defensivo, ela sobrou pra Rojas que, livre de marcação na entrada da área, arriscou o chute, a bola pegou no travessão, nas costas do Fábio e entrou.

Até quando vamos aguentar o Rafinha ganhando tantas oportunidades de ser titular? Foto: Cruzeiro E.C./Flickr Oficial.
O próprio Mano Menezes deve ter percebido que escalou mal sua equipe. Fez duas alterações ainda no intervalo, algo incomum para o treinador. Robinho e David entraram nos lugares de Cabral e Rafinha, respectivamente. Com isso, Jadson passou a atuar ao lado de Henrique. Alteração tardia, mais correta. Perdemos 45 minutos preciosos. Com essas mexidas, fomos outro time. Robinho entrou inspirado, deu 3 passes decisivos e acertou 6 de 9 lançamentos, importantíssimos nos contra-ataques. Mano resolveu ousar ainda mais e lançou Thiago Neves na vaga de Jadson, que fazia bom jogo como volante. Essa mexida deixava o time exposto defensivamente, já que Robinho passava a atuar como volante, Thiago tinha liberdade para sair da direita e circular pelo campo e Rodriguinho encostava no Sassá. Era necessário que houvesse um rodízio para dar suporte ao Edílson. O gol de empate saiu 2 minutos depois da mexida. Edílson deu belo lançamento pro Léo ajeitar de cabeça pra Sassá, na grande área, finalizar firme contra Dreer. Golaço.
A essa altura, o Cruzeiro amassava o rival. Foram 11 finalizações no segundo tempo, mas a pontaria seguia deficitária. Fizemos um belo gol com David e o juiz anulou incorretamente. Infelizmente, o castigo viria. No fim do jogo, o Emelec conseguiu uma escapada pelo lado direito, Rodriguinho estava mais próximo do lance que Thiago Neves e não voltou, deixando Edílson no 1×1 para tentar resolver. O lateral optou pelo pior e deu um carrinho irresponsável. Pênalti. Acredito que tendo um goleiro da qualidade do Fábio, o melhor era apenas cercar o rival e confiar nele. Fábio ainda acertou o canto na cobrança do Angulo, mas não foi suficiente.
Futebol as vezes é amargo. Amassamos no segundo tempo, jogamos pra vencer e, por uma infelicidade e escolhas erradas, perdemos. É do jogo, faz parte do esporte. Essa anarquia do melhor nem sempre vencer é que o transforma em algo tão viciante. Podemos culpar a arbitragem? Certamente, mas poderíamos ter vencido se a estratégia escolhida pelo Mano fosse outra. David deveria ter começado, poderíamos ter optado por pressionar o adversário desde o início e depois sim tentar administrar. Com um time pouco entrosado, Rafinha em péssima fase e futebol burocrático em 45 dos 90 minutos, pagamos o preço. Derrota que serve de lição e urge a necessidade de uma cobrança maior no elenco. Desde a conquista do Mineiro são vitórias na conta do chá e rendimento questionável. Rodriguinho, Edílson, Thiago Neves, Cabral, Rafinha… todos são experientes e podem apresentar mais. Agora o ano começa de verdade. Hora de virar a chave e voltar a ser Cruzeiro.
#MeDibre