Pela 18ª rodada do Brasileiro, o Cruzeiro voltou a encarar o Flamengo no Maracanã, após uma marcante vitória por 2×0 pela Libertadores, na última quarta-feira e saiu derrotado. Mano Menezes optou por descansar a maioria dos titulares, utilizando apenas Henrique e Léo na partida. Com o revés, podemos cair para 9ª colocação em caso de vitória do Fluminense, que enfrenta o Internacional nessa segunda-feira.
O primeiro tempo começou truncado, com algumas faltas que impossibilitavam a fluidez do jogo. Com o retorno de Lucas Paquetá e a estréia do volante paraguaio Piris da Motta, Flamengo ganhava imposição e intensidade no meio campo, já o Cruzeiro demonstrava um nível de concentração abaixo do esperado, cedendo campo ao rival, que buscava ter as ações da partida. Pensando em como neutralizar o rubro-negro, Mano Menezes optou por Rafinha centralizado, deixando David pela direita e Mancuello na esquerda. A intenção era conter a movimentação entrelinhas de Paquetá e Diego. De certo modo, a estratégia vinha dando certo, das cinco finalizações do Flamengo, três foram de fora da área e a outra com Everton Ribeiro sem ângulo, pela direita. Contudo, um erro individual comprometeu a estratégia celeste. David tentou arrancar pela direita e foi desarmado, Vitinho descobriu Everton Ribeiro livre na direita, mesmo com Mancuello e Marcelo Hermes na jogada, teve tempo de ajeitar o corpo e descobrir Henrique Dourado fazendo o facão na entrada da área. Manoel estava com ele, porém se posicionou mal e permitiu a antecipação do centroavante que bateu firme, indefensável para o goleiro Rafael.
Mais uma partida abaixo da crítica de Federico Mancuello. Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.
Com a bola, o Cruzeiro não conseguia se encontrar. Suas peças ofensivas não eram capazes de produzir ofensivamente ao ponto de desestabilizar o Flamengo. A partir dos 30 minutos, uma queda de intensidade do Flamengo possibilitou uma maior posse de bola a Raposa e duas situações de perigo com Raniel aos 41′ e Henrique, de cabeça, aos 43′, em cobrança de escanteio, com Trauco tirando em cima da linha. No segundo tempo, as equipes voltaram sem alterações, mas a Raposa voltou com uma postura mais ofensiva, subindo a marcação e tentando agredir o Flamengo. Aos 11 minutos, Mano Menezes lançou Thiago Neves e Arrascaeta nos lugares dos improdutivos Mancuello e David, respectivamente. As mexidas fizeram o Cruzeiro melhorar, ter mais volume de jogo e pressionar o Flamengo, que optou por se defender e sair apenas no contra-ataque. Robinho entrou no lugar de Rafinha aos 22′ e dos seus pés saiu a melhor chance da equipe na partida. Em cruzamento magistral, Arrascaeta cabeçou firme e o goleiro Diego Alves salvou em cima da linha. O Maior de Minas finalizou mais do que o Flamengo na etapa final (7×4), acertando duas no alvo, além de maior posse de bola (52×48), o que não foi suficiente para sair com a vitória. No fim das contas, o empate teria sido um resultado justo pelo desempenho das equipes, só que no futebol não existe justiça e sim competência, além de uma pitada de sorte.
Contratado por R$ 10 milhões, David ainda não conseguiu justificar o investimento. Foto: Vinnicius Silva/ Cruzeiro E.C.
Brasileiro e G6
É nítido que o Cruzeiro optou pelas Copas, levando o Brasileiro da forma que é possível. Contudo, vale ressaltar a necessidade de não se distanciar do G6. Em caso de vitória do Palmeiras contra o Vasco, a distância pode ficar em cinco pontos. Ainda tem muito campeonato, mas depositar todas às fichas em torneios mata-mata nos obriga a ter pelo menos uma conquista para não correr o risco de ficar fora da Libertadores do ano que vem.
O elenco é tão bom assim?
David, Bruno Silva, Marcelo Hermes, Mancuello, Ezequiel, Manoel… qual sua reação ao ler o nome desses jogadores? Pois é, tido por muitos como um dos melhores elencos do país, a grande verdade é que não é bem assim. Temos, sim, muitos jogadores conhecidos, mas dentro de campo o desempenho deles deixa muito a desejar. No jogo de hoje, Murilo, Lucas Romero e Rafael Sobis não estiveram disponíveis, estes ainda são suplentes que quando entram, agregam. O resto vem mostrando insuficiência para vestir a camisa. Isso deve ser observado, principalmente, para o ano que vem.
Agora é hora de virar a chave. Quarta-feira temos duelo decisivo contra o Santos, pelo jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil. Um empate garante o Maior de Minas na semifinal, onde 4 jogos nos separariam de um eventual título. É o momento da China Azul lotar o Mineirão e empurrar a equipe rumo a mais uma classificação.
Foto de Capa: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.
Saudações celestes
#MeDibre